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Deltan Dallagnol acaba de ter seu mandato cassado de forma totalmente ilegal e politizada. Não obstante, ele disse que vai recorrer até ao STF, como se não fossem os ministros supremos, em especial Alexandre de Moraes, os maiores responsáveis pela perseguição política no país hoje.

Nesta quarta, Deltan gravou um vídeo cheio de esperança: "a casa caiu", disse o deputado cassado. Tinha como base uma reportagem "bombástica" de Malu Gaspar, do Globo, sobre a adulteração do arquivo enviado pelo governo à CPMI dos "atos golpistas".

É grave? É gravíssimo, é crime. Mas daí a acreditar que, por conta disso, a casa de Lula caiu vai uma longa distância, que separa os otimistas dos realistas. O otimismo chega a ser comovente, e é necessário para seguir adiante. Mas, como alertava Baltasar Grácian, a esperança pode ser a grande falsária da verdade.

E a verdade é dura neste momento. Dura demais, difícil até de engolir. Eu sei, pois tenho "lugar de fala": estou censurado, com contas bancárias congeladas e sem passaporte, tudo isso sem ter cometido qualquer crime. Mas insisto: a única chance de sairmos dessa loucura ditatorial é aceitar com realismo a premissa: vivemos numa ditadura!

Por isso acho que faz mais sentido a postura de Ludmila Lins Grilo. Impedida de exercer o cargo de juíza, Ludmila afirmou que não vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que impôs a ela a aposentadoria compulsória. Recorrer para quê? Para dar um ar de legitimidade onde não existe?

Magistrada há 10 anos, ela diz que, no atual momento histórico do Brasil, não acredita mais na Justiça. “É óbvio que a Justiça não vai funcionar adequadamente em um ambiente ditatorial criado pela própria Justiça”, diz Ludmila nesta entrevista à Gazeta do Povo.

Flávio Gordon, em sua coluna na Gazeta, analisa os expurgos em curso no país e diz, sobre o caso de Ludmila: "Até uma pedra sabe que foi por suas críticas ao famigerado inquérito das fake news que Ludmila virou alvo do STF e de seu órgão para a administração forçada do consenso ideológico no meio jurídico, o CNJ".

O editorial de hoje da mesma Gazeta também caminha em terreno pantanoso e realista: "Ao que parece, Lula insiste tanto em não enxergar os abusos na Venezuela porque não vê problema em que o mundo – incluindo o Brasil – adote um sistema similar". Fato. Fato assustador, mas fato. Lula deseja impor ao Brasil o mesmo modelo da Venezuela, e quem nega isso está tentando dourar a pílula, tapar o sol com a peneira - ou o dedo, como disse o presidente uruguaio.

Vamos sempre continuar lutando pela liberdade, pelo império das leis, pela defesa da Constituição. Mas façamos isso com realismo: nada disso existe mais no Brasil de hoje. Lula pode ser pego mentindo, roubando, manipulando, enganando, e nem por isso "a casa caiu". Ele foi descondenado por malabarismos supremos e disputou uma eleição totalmente controlada pelo TSE partidário, ora bolas! Melhor acordar...

O que não significa desistir ou mergulhar na desesperança. Vamos seguir lutando, como eu disse, por mais que a luta seja inglória. E vamos, como sugere Paulo Polzonoff também na Gazeta, focar mais na salvação de nossa alma do que da Pátria, pois "a alma é maior do que a Pátria", e porque ela podemos salvar com nossos esforços, enquanto a outra, bem, aí o buraco é mais embaixo!

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