Para Luciano Huck, a Madonna "ajudou a curar um país dividido". Enquanto o apresentador esquerdista celebrava no Rio um show de indecência satânica, seu xará Luciano Hang colocava seus helicópteros a serviço dos desabrigados no Rio Grande do Sul. Dois Lucianos, mas um mundo os separa.
O empresário da Havan é o "bolsonarista", perseguido pelo sistema, censurado, difamado pela mídia, tratado como "golpista" ou "fascista". Já o apresentador global é tido como um cara incrível, descolado, sensível e "humanitário". O povo brasileiro pensa muito diferente da patota da elite "progressista".
Nunca se viu um país tão dividido, é verdade. E Madonna não veio curar nada disso. Veio, ao contrário, ilustrar com perfeição que há uma divisão.
Ver militantes vibrando com as provocações apelativas de uma Madonna idosa, simulando sexo oral no palco, beijando uma mulher seminua, como se a pura baixaria fosse um ato revolucionário de libertação contra reacionários é algo constrangedor e triste.
Além da vulgaridade e da forte conotação sexual, o "show" foi um panfleto comunista, com direito a imagens no telão enaltecendo o assassino homofóbico Che Guevara, o doutrinador ideológico marxista Paulo Freire e até Marina Silva, que culpou Bolsonaro pelas chuvas no sul do país – mostrando que a ideologia dos oportunistas é uma máquina de destruição da ciência.
Quase um milhão de gaúchos foram afetados pelas inundações, que não ocorriam nesta magnitude há décadas. São ao menos 80 mortes e vários desaparecidos. Há muita mobilização popular, a sociedade civil ajudando em peso. No Programa 4por4 deste domingo, eu, Lacombe e Ana Paula Henkel, com a participação especial do gaúcho Fernando Conrado, arrecadamos mais de R$ 600 mil para ajuda humanitária no estado. Isso alimenta nossa fé no ser humano.
Mas quando observamos o que aconteceu no Rio no fim de semana, parece inevitável constatar que uma ala da humanidade se perdeu. O Rio, como tenho dito, é um experimento social fracassado. Essa elite que confunde malandragem com sabedoria, que abraça tudo que há de podre como um ato de "subversão", representa o que há de pior entre nós.
E eis a realidade: a desgraça trazida pela Mãe Natureza desperta o que há de melhor e o que há de pior nos seres humanos. Há quem parta para o sacrifício pessoal para ajudar o próximo, ainda que gente desconhecida; e há quem considere a podridão moral representada por uma infeliz popstar o ápice da luta pela libertação da nossa espécie. Que liberdade há em ser escravo dos apetites mais animalescos que temos?
A crise brasileira é, acima de tudo, moral, uma crise de valores. Nunca se viu um país tão dividido, é verdade. E Madonna não veio curar nada disso. Veio, ao contrário, ilustrar com perfeição que há uma divisão um tanto intransponível, pois de essência. Quem perdeu o resquício de sensibilidade moral e de empatia pelo próximo tem mesmo que fazer o L e festejar a indecência satânica. Essa gente já morreu por dentro.
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