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Entendo o medo do vírus desconhecido, e a cautela que deveria acompanhar essas incertezas todas. Não entendo - ou melhor, não aceito - é a histeria causada pelo pânico que leva a medidas totalmente arbitrárias e tirânicas, pois aí passa a mexer com o que temos de mais sagrado, ao lado da vida: a liberdade. Sobreviver, ainda que escravo, não pode ser a meta.
Muitos governantes têm saído do armário nessa pandemia. Não para assumir alguma homossexualidade, mas para bancar o Napoleão, para revelar o Stalin contido em seu coração. E não é exclusividade brasileira; é no mundo todo! O que dá um respaldo aos autoritários: "na Europa fizeram o mesmo; em alguns estados americanos fizeram o mesmo".
Na Califórnia, por exemplo, governada pela esquerda há décadas, e não por acaso o estado com o maior abismo entre ricos e pobres, com cracolândias espalhadas por Los Angeles, e com fuga crescente de cidadãos e empresas para outros estados, como o Texas. Tomi Lahren comentou: "Espero que os californianos percebam que não foi a resposta do coronavírus que transformou seus líderes em tiranos, ela apenas os expôs de uma forma inevitável e inegável!"
E tem sido assim em todo lugar. A pandemia não transformou tucanos em tiranos; ela apenas os revelou! Governantes que já adoravam a ideia de controle absoluto, de cima para baixo, "em nome da ciência", estão apenas aproveitando a deixa para brincar de ditador, mandar fechar lojas e ruas, impedir o direito de ir e vir, determinar que horário o bar e o restaurante podem funcionar, limitar bebida, tudo sem qualquer nexo com a pandemia.
Essa semana vimos juntos, num vídeo assustador, os dois mais autoritários no Brasil, o governador João Doria e o prefeito de Belo Horizonte Kalil. Guilherme Fiuza foi no alvo quando disse: "Dória e Kalil, os parceiros da ditadura chinesa que trancaram a população sem ciência alguma - medida brutal que tem os piores resultados contra a pandemia - estão juntos e mentindo de novo sobre a vacina que não tem segurança comprovada. Você está esperando te botarem uma coleira?"
É disso que se trata! Simpatizantes do modelo chinês encontraram uma oportunidade nessa crise, como sempre fazem. E muitos nem tentam esconder mais! Sabe aquele papo de "Great Reset" dos globalistas, título de livro do criador do Fórum de Davos, objetivo confessado abertamente pelo primeiro-ministro canadense Justin Trudeau? Pois é... deve ser pura teoria da conspiração de reacionário chapéu de alumínio, e vai ver por isso mesmo Doria usou justamente a palavra "Reset" para estampar em sua apresentação oficial...
A China vai tomando conta de tudo, a começar pela mídia. O jornalista Leonardo Coutinho, colunista da Gazeta, ironizou sobre um jornal carioca que dava como manchete a "notícia" de que a Huawei, empresa chinesa que tenta disputar o 5G no Brasil, é parceira do nosso país há 22 anos: "Não custava nada dizer que se trata de propaganda, né". E acrescentou: "Aliás, pela quantidade de anúncios nos jornais brasileiros, estou começando a achar que Papai Noel é chinês". Papai Noel Xing Ling.
E não são apenas jornalistas, governadores e prefeitos na onda chinesa. O Judiciário foi tomado pela síndrome também, e pretende governar no lugar dos representantes eleitos, quando é para demonstrar ainda mais arbítrio autoritário. A Justiça determinou, por exemplo, que turistas deixem a cidade de Búzios no Rio de Janeiro em até 72 horas. O município deve voltar para "Bandeira Vermelha" hoje. A cidade terá que pagar multa de R$ 100 mil por dia caso descumpra decisão. Já viramos província chinesa e esqueceram de avisar!
A conta em homenagem ao grande economista liberal Thomas Sowell resgatou a seguinte passagem do pensador hoje, que vem bem a calhar: "Não importa quais direitos você tem de acordo com a Constituição, se o governo pode puni-lo por exercer esses direitos. E não importa quais limites a Constituição impõe ao poder dos funcionários do governo, se eles podem exceder esses limites sem quaisquer consequências adversas. Em outras palavras, a Constituição não pode protegê-lo, se você não proteger a Constituição com seus votos contra quem a viola. Os funcionários do governo que querem mais poder não vão parar a menos que sejam parados".
Precisa dizer mais alguma coisa? Nossa preciosa liberdade corre sério risco. A pandemia forneceu o pretexto prefeito para os tiranos enrustidos. E eles estão bastante ousados e empolgados...