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"Convido os crentes a unirem-se à Igreja na Terra Santa, dedicando o dia de hoje à oração e ao jejum pela paz. Que os reféns sejam libertados, os civis não sejam vítimas do conflito, o direito humanitário seja respeitado e não se derrame mais sangue inocente". Essa foi a postagem do Papa Francisco no antigo Twitter hoje. Uma mensagem padrão, estilo ONU, que pede paz e respeito ao direito humanitário "de ambos os lados".

Que falta faz um Papa João Paulo II! O líder da Igreja Católica, ao lado de Reagan e Thatcher, foi o maior responsável pela derrota comunista. João Paulo II tinha clareza moral, não passava pano para o comunismo, pois sabia que sua rede de mentiras e seu totalitarismo ateísta eram incompatíveis com a mensagem cristã. Essa força moral, aliada ao estilo suave e gentil, era o maior trunfo do papa polonês.

E João Paulo II também foi o grande responsável pelo resgate de um bom relacionamento entre católicos e judeus. As sondagens de opinião pública realizadas pouco antes da chegada do Papa a Israel num momento delicado sugeriam que a maioria dos israelitas desconhecia a mudança radical nas relações católico-judaicas que se seguiu ao Concílio Vaticano II: uma sondagem revelou que 56 por cento dos israelitas não sabiam que a Igreja condenava o antissemitismo e trabalhava contra ele em todo o mundo.

João Paulo II sabia pelo menos um pouco disso e provavelmente intuiu mais. Ele também tinha uma apreciação única da dor judaica do século XX, tendo-a vivido com os amigos da sua juventude em Cracóvia.

Além disso, ele era um homem plenamente persuadido do poder dos símbolos e da ação simbólica. Uma hora depois da sua chegada ao primeiro estado judeu soberano em mais de 1.900 anos, ele deixou manifestamente claro que, apesar de toda a história torturada dos dois milénios anteriores, algo tinha mudado, e mudou para o bem de ambas as partes.

"Vim ao Yad Vashem para prestar homenagem aos milhões de judeus que, despojados de tudo, especialmente da sua dignidade humana, foram assassinados no Holocausto.…  Queremos lembrar. Mas desejamos recordar com um propósito, nomeadamente, assegurar que nunca mais o mal prevalecerá, como aconteceu com os milhões de vítimas inocentes do nazismo", disse João Paulo II.

O Papa continuou: "Como Bispo de Roma e Sucessor do Apóstolo Pedro, asseguro ao povo judeu que a Igreja Católica, motivada pela lei evangélica da verdade e do amor e sem considerações políticas, está profundamente entristecida pelo ódio, pelos atos de perseguição e pelas demonstrações de antissemitismo dirigidas contra os judeus pelos cristãos a qualquer hora e em qualquer lugar".

Os presentes, e os que assistiam pela televisão, sentiram o peso da história cair de uma forma quase esmagadora, enquanto o Papa caminhava lentamente e com dor pelo Salão da Memória para se encontrar com sete sobreviventes do Holocausto. Ele não os estava recebendo; ele ia até eles, honrando a experiência deles caminhando com dificuldade para pegar cada um pela mão. Esse gesto simples e humano de respeito foi outro ícone papal que, combinado com as palavras comoventes do Papa, elevou todo o evento ao reino do épico.

O Papa, depois, fez questão de ir a um local sagrado, mas onde Israel não detinha total controle. A segurança israelita estava particularmente preocupada com o OLD FRIEND, codinome dado ao Papa pelo serviço secreto de Israel, num local que era impossível de protegê-lo, e pediu ao Papa que ele usasse um colete à prova de balas. João Paulo recusou, como sempre fazia em tais sugestões. Ele, que sofrera uma tentativa de assassinato possivelmente ligada aos soviéticos, queria simbolizar seu próprio credo marcante: não há nada a temer!

O antissemitismo está em alta no mundo todo, de forma assustadora. Mascarado de antissionismo, não faltam ocidentais destilando ódio e preconceito contra o povo judeu, fazendo o jogo sujo dos fundamentalistas islâmicos. O casamento entre marxismo e islamismo produziu o islamofascismo, um resgate do nefasto nazismo, que muitos pensavam estar morto.

Em vez de uma falsa equivalência moral ou uma mensagem vaga e elástica de "paz", seria importante se o Papa Francisco saísse em defesa dos valores judaico-cristãos e do povo judeu, uma vez mais oprimido por inimigos de Deus. Francisco deveria visitar Israel e demonstrar apoio à nação judaica sob ataque terrorista covarde. João Paulo deveria ser sua inspiração.

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