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A atriz Whoopi Goldberg participa de um programa da ABC chamado "The View", que conta com boa audiência, apesar de ser um espetáculo de estupidez. É difícil até saber quem fala mais bobagem na bancada. Mas dessa vez Whoopi se superou. Segundo sua argumentação, podemos concluir basicamente que Hitler era a única pessoa do mundo que não demonstrava racismo!
Vamos ao contexto: o assunto foi parar no Holocausto, e Whoopi disse que não considerava o crime nazista como racismo, pois eram homens brancos contra homens brancos. Ela disse que o Holocausto foi uma prova de desumanidade, mas não necessariamente de racismo. Para a atriz negra, só há racismo quando o alvo é... negro.
Diante da reação das colegas, Whoopi ainda tentou se explicar, sem sucesso. E quando a repercussão negativa se espalhou nas redes sociais, ela emitiu uma nota pedindo desculpas, mas novamente sem muito sucesso. Ainda foi no programa do Stephen Colbert e dobrou a aposta. Ela alegou que, para considerar algo racista, precisa ter a clara distinção racial. Como mulher negra, ela não acha que os judeus fossem tratados com distinção por sua raça. Oi?
Talvez resgatar trechos do próprio livro Mein Keimpf, de Hitler, possa ajudar. Ele diz com todas as palavras que os judeus não eram uma religião, mas sim uma raça. Além disso, será que Goldberg não sabe, apesar do nome, que os judeus tinham sim distinções físicas e estereótipos, e que até seus narizes aduncos eram medidos pelos nazistas?
Na verdade, o povo judeu nunca foi considerado branco na história, e isso é bem recente. Por que a fala de Whoopi Goldberg nos interessa? Para avaliar melhor o perigo da política identitária e a "interseccionalidade". Segundo a teoria "progressista", há um ranking de vítimas entre as minorias, e as estruturas da sociedade foram criadas pelos brancos para manter a opressão dessas vítimas. Como encaixar os judeus nessa narrativa?
Eis o dilema! É por isso que, nas últimas décadas, os judeus viraram apenas... brancos. Mesmo que existam vários judeus árabes e com pele mais escura. Não importa! Sendo o povo judeu, na média, bem-sucedido, é preciso colocá-los do lado dos opressores, para preservar o discurso marxista com base na raça. Os judeus talvez sejam a minoria mais perseguida do planeta, e representam não mais do que 0,2% da população mundial. Mas como apresentam conquistas impressionantes, por fatores culturais, precisam ser jogados no lado dos opressores brancos pela esquerda.
O mesmo já está acontecendo com os asiáticos americanos. Os "amarelos" despontam em várias áreas, como nos testes de SAT, e a lembrança desse incômodo fato derruba toda a narrativa de estrutura opressora criada pelos brancos. Aí seria preciso debater mais a sério as causas do relativo atraso dos negros, que são culturais, e isso a esquerda não pode tolerar.
É por isso que uma mulher negra como Whoopi Goldberg consegue dizer, na cara dura, que o Holocausto não foi uma questão racial, e sim um ato desumano praticado "entre eles", ou seja, os brancos. É a mesma ladainha de que não há racismo de negros, ou "racismo reverso": pois parte-se da premissa falaciosa de que o negro será sempre a vítima, e o branco sempre o algoz, ainda que o negro em particular tenha agredido e matado o branco em particular. São as "instituições" que são racistas, pois foram criadas pelos brancos com esse intuito. É a influência da Escola de Frankfurt e suas teses furadas sobre poder.
Fosse uma mulher conservadora a tecer esse comentário, teria sido imediatamente "cancelada" e provavelmente demitida. Em se tratando de uma esquerdista como Whoopi Goldberg, ainda por cima com os atributos da vitimização por ser negra, ela ganhou apenas duas semanas de suspensão da emissora. E isso porque a reação foi gigantesca!