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O Atlas da Violência divulgou dados de criminalidade envolvendo vítimas "negras e não negras", e a imprensa, ao divulgar o estudo, reforçou em peso o conceito racial, inclusive aproveitando a deixa dos casos recentes de violência policial contra negros. Isso é mais narrativa ideológica do que compromisso com os fatos, e explico.
Para se falar em racismo como causa desses assassinatos, seria fundamental questionar se esses negros estão morrendo por serem negros, ou seja, a motivação do homicídio deveria ser a "raça". Mas não é nada disso. Na verdade, sequer são negros: a "pegadinha" estatística inclui, entre os negros, os pardos. Ora, num país miscigenado em que cerca de 40% da população se considera "parda", ou seja, nem preto nem branco, qual o sentido de misturar os grupos dessa forma?
Fica claro, na largada, que se trata de uma narrativa. Estão tentando importar para o Brasil, um país misturado, a divisão binária vigente nos Estados Unidos, onde já tivemos, de fato, leis racistas, como a Jim Crow e a "gota de sangue".
Uma reflexão mais isenta vai concluir, creio, que esses negros e, principalmente, pardos morrem mais porque vivem em periferias e favelas perigosas, ou seja, a causa é social, não racial. Pode-se argumentar, claro, que são mais pobres, em média, por causa do racismo, mas novamente isso é bastante questionável. Os fatores são mais históricos do que raciais. Sim, tivemos escravidão, que já acabou faz tempo. Mas um branco pobre da periferia enfrenta os mesmos problemas, em geral, que seus colegas negros ou pardos. O problema não é a "raça" em si, eis o ponto.
Constatar isso já é tabu no Brasil, onde os "progressistas" vem pautando o debate. Normalmente são de uma elite branca culpada, que querem representar os negros e as "minorias" em geral. O mesmo fenômeno que vemos nos Estados Unidos, onde vários dos "manifestantes" do Black Lives Matter são... jovens brancos universitários!
Como a patrulha faz pressão, negros famosos e também brancos aderem ao movimento, que tem em sua origem um viés marxista revolucionário, que deseja implodir o "sistema", não combater o racismo. Os últimos a se unirem ao BLM foram os ricaços da NBA, a liga de basquete americana. Comentei sobre tamanha ingratidão, por viverem num país capitalista e livre que permitiu sua fortuna, e teve "jornalista" que viu nisso uma evidência de racismo.
A esses pretendo responder na Justiça, como tem feito Ana Paula Henkel, que depois doa os recursos para caridade. O secretário Sérgio Camargo, da Fundação Palmares, saiu em minha defesa:
Traduzindo: TODOS que aproveitam as benesses do capitalismo liberal americano e depois cospem em cima da nação, como se ela fosse um ícone da opressão às minorias, mostram-se INGRATOS. A esquerda americana vem tentando justamente reescrever a história, destilando desprezo pelo legado americano, que é louvável - ainda que imperfeito, claro.
Hoje, no Jornal da Manhã, eu e o Josias debatemos o caso brasileiro:
Sim, há racistas no Brasil. Não, o Brasil não é um "país racista", e tampouco negros e pardos morrem mais porque são negros ou pardos. É preciso separar as coisas, ter um diagnóstico mais acurado dos problemas, para ter remédios adequados.
Os pobres - brancos, pretos e pardos - são os que mais sofrem com a criminalidade. É preciso ter mais policiamento, mas a esquerda "progressista" quer o contrário, e acusa a polícia de ser "racista" e "fascista". Os que desejam retirar recursos da polícia são os que mais ameaçam os pretos, portanto.
Cair na ladainha dos movimentos raciais vai apenas nos prejudicar mais. Aceitar ministros arrogantes do STF que desejam "empurrar a história" rumo à "justiça racial" é temerário. Estão, os "progressistas", quase todos da elite branca, segregando nosso país de forma binária, e isso é terrível. Precisamos reagir.