O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta segunda-feira (16) a gestão anterior da TV Escola, feita pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), cujo contrato não foi renovado pelo Ministério da Educação (MEC). Ele também chamou Paulo Freire de "energúmeno".
"Queriam renovar o contrato da TV Escola, R$ 350 milhões, dinheiro jogado fora", disse Bolsonaro. "Você conhece a programação da TV Escola? Deseduca", continuou. O presidente acrescentou ainda que a antiga programação da TV Escola era "totalmente de esquerda" e promovia a ideologia de gênero:
"Era uma programação totalmente de esquerda, ideologia de gênero, dinheiro público para ideologia de gênero. Então, tem que mudar. Reflexo, daqui a cinco, 10, 15 anos vai ter reflexo. Os caras estão há 30 anos [no ministério], tem muito formado aqui em cima dessa filosofia do Paulo Freire, esse energúmeno, ídolo da esquerda"
Acho ótimo o presidente tomar o partido do ministro Weintraub nesse caso, até porque ele estava sendo fritado por gente de dentro, bolsonarista, próxima de Olavo de Carvalho. Tudo indica que era porque o ministro fechou essa torneira, que irrigava os cofres da turma. Felipe Moura Brasil tratou do assunto aqui.
Muitos não gostam do ministro da Educação, o que é legítimo, e torcem por sua queda. Mas os métodos importam. Não podemos fazer vista grossa a essa fritura da ala bolsovique só porque, no caso, o ministro não é Santos Cruz, mas alguém de quem não gostamos. E a razão da saída não teria nada a ver com má gestão, mas com uma qualidade do ministro: fechou torneira do estado.
Sobre Paulo Freire ser um energúmeno, quem me dera! Eu acho que era um embusteiro mesmo, e um inteligente, deliberadamente obscuro e "enigmático", embromador, comunista, adorador de tiranos, e por isso fez um terrível mal ao Brasil. Seria melhor se fosse apenas um idiota...
Como não faço acusações vazias, vamos aos fatos. Aqui a gente mata a cobra e mostra o pau. É Freire, sem dúvida, o maior responsável pelo sucesso da estratégia gramsciana que disseminou a mentalidade esquerdista por todo o sistema educacional. Seu grande “mérito” foi justamente esse: transferir para as escolas a velha "luta de classes" marxista, que enxerga apenas "oprimidos" e "opressores" em tudo que é lado.
Os alunos deixam de ser apenas alunos, com diferentes características, entre elas a classe social, e passam a ser representantes ou da classe dominante ou da oprimida, num sistema binário, simplista e equivocado. Exatamente da forma com a qual o marxismo destruiu o indivíduo, que passa a ser ou patrão explorador, ou empregado explorado, deixando de lado toda a real complexidade da vida.
Contra o “fatalismo pragmático” dos “neoliberais”, Freire oferecia a “conscientização”, ou seja, os professores deveriam mostrar as “injustiças” do sistema capitalista, da globalização, conscientizando os alunos da necessidade de luta, de revolta contra os ricos, já que, para ele, a riqueza era fruto da exploração da pobreza, era uma “agressão” contra os desvalidos.
“Nunca me foi possível separar em dois momentos o ensino dos conteúdos da formação ética dos educandos”, escreve ele em Pedagogia da autonomia (tem ainda a do oprimido, a da solidariedade, a da esperança...). O pequeno “detalhe” é o que ele entendia como “formação ética”, claro. No caso, era “formar” novos seres “conscientes” de sua situação de oprimidos, para que reagissem contra as “injustiças do sistema”. Ou seja, criar soldados comunistas!
Caso alguém ainda tenha dúvidas acerca de seus objetivos, ou pense que exagero na interpretação, deixo o próprio explicar melhor: “Quando falo em educação como intervenção me refiro tanto à que aspira a mudanças radicais na sociedade, no campo da economia, das relações humanas, da propriedade, do direito ao trabalho, à terra, à educação, à saúde, quanto à que, pelo contrário, reacionariamente pretende imobilizar e manter a ordem injusta”.
Ou seja, de um lado temos os “progressistas” como ele, que querem salvar a humanidade das garras capitalistas e levar prosperidade aos mais pobres; e, do outro, os “reacionários” e “neoliberais”, que pretendem apenas manter o quadro de exploração da miséria alheia. Se a escola não estiver a serviço dos primeiros, estará fatalmente a serviço dos segundos. A educação como prática voltada à mera transmissão do conhecimento não era, definitivamente, uma opção para Freire.
Se ainda não está convencido e acha que é implicância ideológica de minha parte, vamos de Dom Lourenço de Almeida Prado, que foi reitor do prestigiado colégio São Bento, invariavelmente o líder no ranking nacional:
É uma lástima que o meio católico se tenha deixado contagiar por esse mestre equívoco da pedagogia que é Paulo Freire e por essa falsa elaboração que chama educação libertadora. Na verdade, ela nada tem de libertadora, como nada tem de pedagogia. É uma campanha política, de fundo marxista, isto é, fundada no dogma da luta de classes e na divisão da humanidade entre opressores e oprimidos. Divisão que, na medida em que existe (tem um marco divisório muito mais sutil que a classe social), confere à educação, na sua nobre tarefa de civilizar o homem e a convivência humana, a função de fazer atenuar ou desaparecer, colocando amor onde houver ódio. Nunca lhe caberia a barbarizante função de acentuá-la ou considerá-la irreformável, como uma espécie de sangue azul às avessas, chaga incurável de quem nasce numa classe social.
A linguagem de seu mais famoso livro, A pedagogia do oprimido, parece propositalmente confusa, densa, talvez para dar um ar de profundidade onde não há mais do que chavões ideológicos. Utilizando subterfúgios linguísticos e distorcendo conceitos, o autor oblitera o sentido das palavras, e consegue inverter totalmente seus significados. É com o uso de tal estratagema que a defesa de tiranos assassinos, como Fidel Castro, Lenin, Che Guevara e até mesmo Mao, passa a ser vista como uma luta por justiça e liberdade.
Paulo Freire enfatiza que o revolucionário não pode manipular os educandos. Todo o processo tem de ser construído com base no diálogo e no respeito entre os líderes e o povo. Porém, os líderes devem ter a prudência de não confiar no povo, porque as pessoas oprimidas têm a opressão inculcada no seu ser. Como exemplo de um líder que jamais permitiu que seu povo fosse manipulado, Paulo Freire apresenta Fidel Castro. Não é piada!
A seguir, alguns trechos do obscuro livro, mais um manual de revolução marxista do que de educação, para se ter ideia da deliberada tentativa de simular profundidade onde há apenas uma visão rasteira do mundo:
Na verdade, não há eu que se constitua sem um não-eu. Por sua vez, o não-eu constituinte do eu se constitui na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual se intenciona. Daí, a afirmação de Sartre, anteriormente citada: “consciência e mundo se dão ao mesmo tempo”
O ponto de partida deste movimento está nos homens mesmos. Mas, como não há homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Dai que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora insertados.
Sem ele [o diálogo], não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação. A que, operando a superação da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível que os mediatiza.
Porque, ao contrário do animal, os homens podem tridimensionalizar o tempo (passado-presente-futuro) que, contudo, não são departamentos estanques.
Uma unidade epocal se caracteriza pelo conjunto de ideias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, em interação dialética com seus contrários, buscando plenitude. A representação concreta de muitas destas ideias, destes valores, destas concepções e esperanças, como também os obstáculos ao ser mais dos homens, constituem os temas da época.
Se o leitor não entendeu patavina, não fique triste ou se julgando limitado. É o rei que está nu mesmo, não você que seria incapaz de enxergar as lindas vestimentas invisíveis. Esse palavrório todo, um tanto sem sentido, vem mascarar a real intenção, que é bastante clara para quem quer ver: a defesa e a justificativa de todo ato violento tido como "revolucionário".
Fecho uma vez mais com Dom Lourenço:
Direi simplesmente que, a meu ver, Paulo Freire não é pedagogo. No que concerne à pedagogia, Paulo Freire não tem nada de novo. O que nele é certo, é óbvio, apenas dito com ares de grande descoberta, como aquele cavalheiro que para saudar o amigo dizia sabiamente: "boa tarde", como dizia Baudelaire. Paulo Freire é um manipulador da educação, sobretudo da educação de adulto, para conscientizar o povo, ensinando-o a ler pela sua cartilha marxista. É um doutrinador político em ação, propondo um sistema de pretendida educação popular, que pelo simples custo operacional se torna um caminho impensável de alfabetização, se alfabetização fosse o objetivo.