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Não deu. Não foi dessa vez que um filme brasileiro levou a estatueta do Oscar. Confesso que não derramei lágrimas ufanistas. A minha tristeza quando o "documentário" da riquinha mimada perdeu o Oscar foi a mesma de quando Lula foi preso. Patriotismo é justamente não torcer para um troço desses, que levaria a mais gente ainda essa narrativa falsa como uma nota de três reais. Perdeu, playboy!
Mas como há compensações nesta vida, Petra Costa teve a oportunidade de dar mais uma "lacrada" no evento, aproveitando os holofotes por conta da indicação. Eis a imagem do surrealismo:
No cartaz da autora do filme poderia constar a pergunta de quem mandou matar Celso Daniel, um crime ainda mais antigo, mais suspeito e sem conclusão. Mas aí ela perderia alguns amiguinhos. O sujeito de boné do MST falar que é preciso parar de invadir terras é a piada pronta que mostra o grau de insanidade da turma. E a indígena, que foi como mascote da elite culpada, precisa explicar como a sua luta é a mesma da de tantos indígenas que desejam justamente acesso ao progresso capitalista, em vez de viver numa espécie de zoológico humano como bicho exótico para acalentar o coração dos ricos entediados que leram Rousseau e acreditaram no mito do "bom selvagem".
Petra perdeu, mas a patrulhada não perde uma só chance de destilar hipocrisia e impor sua narrativa patética, sua visão estética de mundo que não precisa guardar qualquer elo com a realidade dos fatos. Lacrar em Hollywood é a coisa mais fácil do mundo, já que há mais socialista lá do que em Cuba. Basta repetir os clichês típicos da esquerda caviar, e encontrará um ambiente extremamente amigável nesse meio endinheirado e repleto de famosos vaidosos e ignorantes.
Enquanto isso... os companheiros de Petra no Brasil também tentavam lacrar. Lula rechaçou qualquer possibilidade de autocrítica, constrangendo aqueles "analistas" que cobram do PT tal postura, como se fizesse parte do repertório petista, calcado na desonestidade, esse tipo de virtude. E Marcelo Freixo pregava seu conhecido ódio, um "ódio do bem", alegando que é preciso "destruir o governo Bolsonaro". Afinal, destruir não é discurso de ódio quando se trata do "fascismo", como sabemos, ainda que um fascismo imaginário criado por esquerdistas radicais que, estes sim, adotam métodos muito similares aos fascistas.
Esse universo paralelo da esquerda radical, que ainda controla boa parte da mídia e da cultura, engana cada vez menos gente, graças às redes sociais. A turminha fala para sua própria bolha, e só. Petra já pode até fazer um novo "documentário" de como ganhou um Oscar, já que não é preciso ter ligação com fatos. E todos podem apontar para os grandes vencedores da noite e alegar, ao menos, que não há um só negro representando as minorias ali. O quê? São coreanos? Pouco importa! Nada que uma marretada não possa encaixar na narrativa de homens brancos ocidentais que dominam a cultura e demonstram preconceitos contra as pobres minorias...