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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

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Petrobras melhorou bem, mas privatização ainda é solução

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O PT tem apenas um mérito em toda a sua existência, e se trata de um mérito involuntário. Sua longa passagem pelo poder foi tão desastrosa que fez com que boa parte da população acordasse para os males do estatismo. A destruição das estatais permitiu que muitos brasileiros acordassem para a importância da privatização.

O risco enorme de corrupção ficou mais claro para a maioria, por conta do mecanismo de incentivos. Eliminar a quadrilha era um primeiro passo fundamental, mas não era suficiente. Um choque de gestão pode melhorar muito a situação, mas não resolve tudo, pois os incentivos seguem distorcidos e o risco de uma quadrilha esquerdista voltar ao poder é sempre real.

Em entrevista ao Estadão hoje, o presidente da Petrobras, o economista Roberto Castello Branco, apresenta medidas importantes que tomou para salvar a maior estatal do país. Envolve justamente a venda de inúmeros ativos, para reduzir o estrondoso endividamento deixado pela era petista. Diz Castello Branco:

Criamos um programa de desinvestimentos baseado num pilar estratégico: investir apenas em ativos dos quais somos o dono natural. É aquele ativo onde você trabalha melhor que ninguém. Por exemplo, a exploração de petróleo em águas profundas. E vender outros ativos que não têm nada a ver com isso. Assim, nós conseguimos reduzir a dívida. Desde janeiro de 2019, pagamos US$ 31,5 bilhões da dívida, quase US$ 1,5 bilhão por mês.

Trinta bilhões de dólares a menos na dívida da empresa! Não é pouca coisa. E isso só foi possível com o desinvestimento de ativos fora do core business, o que, diga-se, foi uma medida bastante criticada pela esquerda (por que será?). A esquerda deseja manter estatais inchadas, ineficientes, pois assim elas viram palco de corrupção e cabide de emprego. "O petróleo é nosso" é um slogan que deve ser entendido de forma literal: os estatistas pensam que o petróleo é deles, não do povo.

Quando a Petrobras estava sob o comando petista, ela fez investimentos pesados em refinarias, inclusive comprando uma "sucata" nos Estados Unidos e anunciando investimento de bilhões em parceria com a PDVSA sob o controle do então ditador Hugo Chávez, camarada de Lula. A atual gestão pretende justamente se livrar de refinarias, por motivos óbvios:

A empresa tem 98% do parque de refino do País. São 14 refinarias. Por que vender? Porque se trata de uma área que não tem gerado valor, ela tem é desperdiçado, com custos altos e ineficiências grandes.

Por fim, Castello Branco tem a esperança e a meta de transformar a gestão da Petrobras em algo mais parecido com a iniciativa privada:

Trabalhamos para que ela seja uma empresa bem melhor, de endividamento baixo, tecnologicamente dinâmica. Temos estimulado startups, nosso centro de pesquisas é o maior da América Latina. Vejo pelo mundo empresas estatais muito ineficientes, mas há exceções. A Codelco (estatal de cobre do Chile) é uma delas. É 100% do Estado, mas gerida como empresa privada.

A intenção é louvável e não duvido da sinceridade e do esforço do presidente. Mas a meta jamais será totalmente atingida. Isso se deve justamente ao tal mecanismo de incentivos. Uma estatal não consegue ser tão dinâmica, não tem o "olho do dono", o escrutínio dos sócios controladores, pois o dinheiro é da "viúva". Não consegue premiar de forma mais agressiva os funcionários mais eficientes, nem punir os mais incompetentes. Há restrições por ser uma estatal.

É por isso que podemos afirmar que os governos Temer e Bolsonaro salvaram a Petrobras, impediram o pior, recuperaram boa parte do enorme estrago causado pelo PT, dando um choque de gestão mais profissional. Mas ainda assim não é o suficiente. O melhor caminho ainda é a privatização total. O estado não deve ser explorador de petróleo. Não é sua função essencial, básica. Privatize já!

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