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Vamos aos fatos evidentes, para quem não sofreu lavagem cerebral ainda: 1. a escravidão é uma prática nefasta, inaceitável do ponto de vista moral; 2. a história da humanidade, infelizmente, foi feita com escravidão, em todas as épocas e culturas, e ela teve fim justamente na civilização ocidental, com seus pilares cristãos que tratam cada vida como sagrada e feita à imagem de Deus.

Essa segunda questão tem sido amplamente ignorada pelos movimentos raciais, em especial nos Estados Unidos, que resolveram abraçar a "tese" do Projeto 1619, retratando o legado da nação como uma trajetória de opressão pelos supremacistas brancos. É como se o sucesso relativo da América se devesse à escravidão, o que é absurdo. Ignora-se que na África ainda há escravos hoje mesmo, e que o continente participou do tráfico de escravos com intensidade.

Se a turma revisionista quer cancelar até os pais fundadores da América porque tinham escravos, dentro de um contexto da época, por que não cancelam Karl Marx? Eis o que ele disse sobre a escravidão: "Sem a escravidão não se teria algodão; sem algodão não se tem indústria moderna. Foi a escravidão que deu valor às colônias, foram as colônias que criaram o comércio mundial, e o comércio mundial é a pré-condição para a grande indústria. A escravidão é, portanto, uma categoria econômica de suma importância".

Faço essa introdução para chegar na polêmica da vez aqui na terra do Tio Sam. O estado da Flórida preparou o currículo escolar com base nos padrões estabelecidos, mas há um item que chamou a atenção da esquerda: admite-se que alguns escravos, mesmo submetidos a este abjeto modelo, foram capazes de superar as barreiras e avançar. Isso fala da resiliência de indivíduos, do seu mérito mesmo em situações desafiadoras. Mas a esquerda não deixaria isso passar batido...

Até a vice-presidente Kamala Harris entrou em campo para detonar o governador Ron DeSantis, de olho nas próximas eleições. Ela mudou sua agenda para ir até o estado e fazer um discurso arrasando com DeSantis, tratado como um "defensor da escravidão", o que é ridículo.

Vamos ao que de fato aconteceu. O Conselho de Educação da Flórida apoiou unanimemente novos padrões para o ensino da história negra que colocariam o currículo do estado em conformidade com a Lei Stop WOKE sancionada pelo governador. Um componente foi fonte de indignação particular: exigir que os alunos do ensino médio fossem instruídos de que “escravos desenvolveram habilidades que, em alguns casos, poderiam ser aplicadas para seu benefício pessoal”. Muitos educadores e historiadores criticaram os novos padrões por "sanear" ou "suavizar" a escravidão.

Mas como o acadêmico responsável pela equipe que preparou o currículo disse numa entrevista, basta ler com imparcialidade o que está escrito nessa chamada para rechaçar qualquer defesa da escravidão. O acadêmico, diga-se de passagem, é um homem negro. Reconhecer que alguns escravos foram capazes de desenvolver habilidades específicas durante a escravidão que depois lhes foram úteis não é o mesmo que justificar a escravidão. É preciso forçar muito a barra para ler dessa forma.

O governador rebateu as acusações numa coletiva de imprensa, dizendo que sequer participou do preparo do currículo, que foi obra exclusiva do corpo técnico de acadêmicos. Mas nada disso importa para os democratas. A CNN, sob o comando do narcisista Jim Acosta, entrevistou um negro que acusou DeSantis de aderir à "extrema direita" e endossar a escravidão. É preciso ser muito desonesto para interpretar desta forma a coisa toda.

E há, para nós brasileiros, um ponto extra que ressalta o duplo padrão da turma. Isso se deu dias depois que o presidente Lula resolveu agradecer ao continente africano pelo que foi produzido nos 350 anos de escravidão! Nossa imprensa deu um jeito de suavizar a gafe, de defender o petista, e podemos apenas imaginar qual seria a reação se fosse Bolsonaro a afirmar algo assim.

Ou seja, o governo da Flórida prepara um currículo que permite mostrar aos alunos que alguns escravos foram capazes de desenvolver habilidades úteis apesar da escravidão, e isso é prova do racismo de Ron DeSantis; enquanto isso, Lula agradece pelos frutos de séculos de escravidão e a imprensa, em conluio com os movimentos raciais, decide passar pano (deixando de fora que o próprio Marx, como já mencionei acima, enaltecia a escravidão).

Não pode mais restar qualquer dúvida: os movimentos raciais não têm mais nada a ver com raça, e sim com ideologia política. Eles escancaram sempre seu viés esquerdista.

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