“Nunca tratamos com Doria sobre 2022”, disse ACM Neto. O presidente nacional do DEM afirmou que o partido não apoiará extremos em 2022 e, no momento, não descarta um possível apoio a ninguém, inclusive ao presidente Bolsonaro. Eis o que o baiano disse numa entrevista:
Você pergunta se eu descarto inteiramente a possibilidade de estar com Bolsonaro. Neste momento não posso fazer isso. Qual Bolsonaro vai ser? O dos dois últimos anos que passaram? Não queremos. Agora, haverá um reposicionamento? Para a construção de algo mais amplo, que não fique limitado à direita? Não sei. Então, não posso responder agora.
Com as vitórias dos candidatos apoiados pelo governo para a Câmara e o Senado, e a derrota humilhante do candidato de Rodrigo Maia, apoiado por Doria, o sentimento predominante em Brasília é de que um governo mais pragmático conseguirá aprovar as reformas nos próximos dois anos, ainda que desidratadas (o "custo centrão"). E isso poderá garantir a Bolsonaro sua reeleição.
Os fisiologistas sentem cheiro de derrota e costumam se afastar logo dela. Até mesmo FHC anda percebendo que a coisa desandou para o lado do PSDB:
Enquanto isso, o governo de Jair Bolsonaro é aprovado por 40% da população brasileira, segundo a pesquisa PoderData, realizada pela divisão de estudos estatísticos do Poder360, entre os dias 1º e 3 de fevereiro. O levantamento também mostra que 48% desaprovam a gestão Bolsonaro.
No Nordeste, a pesquisa aponta queda na aceitação do governo. A maior aprovação de Bolsonaro foi registrada em agosto do ano passado, quando atingiu 52% e 40% de reprovação. Em junho de 2020, 50% dos entrevistados rejeitavam o governo, no pior índice da pesquisa. Os entrevistados que não sabem ou não responderam somam 12%.
Com 40% de aprovação, Bolsonaro já estaria no segundo turno contra qualquer adversário. Como a esquerda certamente terá um nome, fica muito difícil para o tucano se apresentar como viável. Doria vem flertando cada vez mais com a esquerda e subindo o tom dos ataques contra Bolsonaro, mas não há condições de ele ocupar o espaço que pertence ao PT e ao PDT.
Além disso, sua gestão sofrível no estado de SP despertou enorme rejeição ao seu nome. Doria conta com muito espaço e apoio na mídia mainstream, mas isso cada vez se traduz em menos influência real, pois esses veículos perderam credibilidade ao agirem como militantes.
O engajamento do governador isolacionista dá o tom de seu isolamento, de sua "popularidade". Nas ruas não tem nem coragem de sair mais. E nas redes sociais é uma nulidade. Cada postagem é recebida com desprezo, e basta uma crítica para receber muito mais curtidas.
Doria só pensa naquilo. Tudo que diz ou faz é calculado para demonizar Bolsonaro enquanto se vende como gestor eficiente e homem da ciência, preocupado apenas com as vidas. Mas ninguém mais acredita, em que pese o esforço dos seus bajuladores na imprensa. Todos perceberam a farsa e sabem que o governador vem destruindo a economia paulista, sem salvar vidas no processo.
Melhor o governador tucano tirar logo da cabeça 2022 e seu sonho de ser presidente. O destino de Doria é se candidatar a síndico do prédio - e perder!
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