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Rodrigo Constantino

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Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Protestos no Chile e o cinismo da esquerda

Por João Cesar de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

Duas semanas atrás, começou uma onda de vandalizações no Chile. Grupos de marginais mascarados promoveram todo tipo de depredação, forçando o governo a reagir de forma violenta, chegando a decretar toque de recolher em Santiago.

Os vândalos diziam que protestavam pelo aumento de 30 pesos (equivalente a vinte centavos de real) no preço das passagens de metrô e pediam o fim do “projeto neoliberal fracassado”, marcado pela desigualdade social e pela privatização da previdência e do sistema de saneamento urbano.

De trás para frente…

Já faz algum tempo que o Chile se tornou o país mais desenvolvido da América Latina, tendo os melhores índices econômicos e sociais.

A privatização da previdência foi a substituição do sistema estatal em que os mais pobres sustentavam as pensões dos mais ricos por um sistema privado de capitalização em que cada cidadão recebe como pensão valores proporcionais ao que investiu. Isso é ótimo! Cada cidadão passa a ser responsável por seu futuro. Aos mais pobres, o governo assegura uma pensão que lhes garante uma renda mínima na velhice. O valor médio das pensões no Chile é de 400 dólares. Quem quer uma pensão maior deve investir mais.

Reclamam da privatização do sistema de abastecimento e saneamento como se o resultado tivesse sido ruim. Não foi. Muito pelo contrário. Os chilenos contam com quase 100% de assistência.

Quanto à “desigualdade”, é a ladainha cretina de sempre, que julga as diferenças de renda, não o padrão de vida das pessoas consideradas pobres, que, no Chile, é superior ao de todos os países do continente – o país está na posição 44° no IDH e o Brasil em 79°.

Quanto ao “projeto neoliberal fracassado”, ele não aconteceu porque tal projeto não foi aplicado. O que o Chile implementou foi LIBERALISMO mesmo.

Considerando o que a esquerda define como neoliberalismo, os melhores exemplos foram os governos do PSDB e do PT, que tentaram promover uma falsa liberdade econômica baseada em regulações e subsídios − por isso fracassaram. O Chile, já nos tempos de Pinochet, iniciou um processo de desregulamentação do mercado, de concessão de serviços públicos à iniciativa privada e de garantias à liberdade econômica e à austeridade fiscal do estado, impedindo que a cada novo governo houvesse mudanças nessas políticas.

Obviamente, o país não é um modelo perfeito sob a ótica liberal, mas, comparado ao Brasil, ele está disparado na frente. No ranking de liberdade econômica, o Chile está na 18° posição e o Brasil na 150°.

Chegamos, então, aos “vinte centavos” dos black blocs chilenos. Os brasileiros já viram esse filme: grupos de esquerda tentando impor a ideia de serviços públicos “gratuitos e de qualidade”, levando na mochila outras pautas socialistas. Só que, no caso chileno, há outras intenções.

Na semana passada, a OEA denunciou expressamente que Venezuela e Cuba estão por trás das ondas de violência no Equador, na Colômbia, no Peru e no Chile. A última edição da Revista Crusoé informa que as autoridades chilenas têm evidências da participação de venezuelanos e cubanos em alguns dos 25 ataques a estações de metrô que ocorreram num intervalo de dez minutos. Uma semana antes, Nicolás Maduro reconheceu que tais eventos foram delegados na última edição do Foro de São Paulo, realizado em Caracas no final de julho.

A intenção desses atos era dar material para a imprensa reportar as ondas de vandalismo como “manifestações populares” e a reação do governo de direita como “violência contra estudantes” e “repressão política”. Tiveram êxito. A popularidade do presidente Sebastián Piñera despencou. O povo tomou as ruas para manifestar suas queixas contra o atual governo.

Porém, há um abismo gigantesco entre a vontade de derrubar um governo por meio do terrorismo e o ato de manifestar pacificamente certas insatisfações contra ele.

O que houve foi uma bem-sucedida campanha de manipulação da opinião pública. De forma alguma essas multidões representam as ideias condensadas no Foro de São Paulo. Se a esquerda contasse com tanto apoio, ela não precisaria ter recorrido à violência para ser ouvida. A esquerda sabe que a grande maioria das pessoas não concorda com seu radicalismo, mas também sabe que as massas podem ser manipuladas – eis a serventia da imprensa − a apoiar algumas pautas que, mais à frente, dão poder para a esquerda implantar outras, impopulares.

O cinismo da esquerda espanta. Manifestações como as de sexta-feira em Santiago seriam vistas por ela mesma como fascistas e golpistas se fossem contra seus governos. A esquerda chamou de fascistas golpistas as dezenas de milhões de brasileiros que foram às ruas pacificamente pedir o impeachment de Dilma; chamou de fascistas golpistas os venezuelanos que protestaram contra a ditadura socialista que jogou o país na miséria; está chamando de fascistas golpistas os bolivianos que estão protestando contra a fraude eleitoral que deu o 4° mandato de presidente a Evo Morales, integrante do Foro de São Paulo.

É importante que os brasileiros atentem ao que está acontecendo. A esquerda liderada pelo PT está tentando criar factóides para enfraquecer o governo de Jair Bolsonaro ou até para derrubá-lo. Tentaram com os hackers. Tentaram com as queimadas na Amazônia. Tentaram com o petróleo derramado propositadamente no litoral brasileiro pela ditadura de Nicolás Maduro, algo que deveria ter sido reconhecido como ataque ao Brasil.

O esforço do STF em beneficiar a elite criminosa tem como objetivo fortalecer os inimigos do atual governo ou forçar uma reação de Jair Bolsonaro – a dissolução da Corte, por exemplo – que possa alimentar ainda mais as acusações de que seu governo chegou para instalar uma nova ditadura militar no Brasil.

O cinismo da esquerda não tem limites. Quem conhece a história do comunismo sabe que seus atores não dormem, não descansam, atuam em diversas frentes ao mesmo tempo, estão dispostos a fazer qualquer coisa para derrubar ou desgastar um governo de direita.

É preciso estarmos atentos ao que está acontecendo não como defesa a Jair Bolsonaro, mas das reformas liberais que parte da equipe dele tenta aprovar. Este Congresso não aprovará nada de um governo fraco. Não aprovando, o país não anda para frente. Abre, mais uma vez, o caminho para a volta do PT ao poder, provavelmente ainda mais radicalizado.

O golpe que está sendo preparado pela esquerda não mira apenas o atual governo. Mira, sobretudo, a “nova direita” que está se organizando e crescendo no Brasil.

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