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É um tema recorrente aqui, até porque, apesar de "ser parte" da grande imprensa, faz tempo em que denuncio seu viés. E um viés, diga-se, cada vez mais escancarado. A chegada de Trump e Bolsonaro ao poder fez a militância ficar ainda mais aguerrida, e só alguém muito tapado poderia hoje negar esse clubinho "progressista" infiltrado em quase todas as redações.
Dois casos ocorridos nesta quinta merecem destaque, pois ilustram com perfeição o problema. No primeiro deles, uma mulher brasileira, soube-se depois, negra, nordestina e devota do Yemanjá, estava entre os mortos num ataque terrorista na França. Nem mesmo quando essa informação veio à tona a mídia demonstrou o grau de empatia que se esperaria.
Qual o motivo? Simples: o terrorista era um muçulmano, como quase todos no mundo atual, e portanto não se encaixa na narrativa predominante que visa a demonizar o homem branco heterossexual do Ocidente. Nesse caso, os sujeitos desaparecem e os objetos inanimados entram em cena como autores do crime:
Agora imaginem por um só segundo como seria a manchete, a repercussão, caso um apoiador de Trump tivesse matado uma mulher negra muçulmana! Essa simples suposição é suficiente para escancarar o viés e o esforço midiático em aparar as arestas quando os fatos não corroboram com sua narrativa ideológica. Bruna Frascolla, colunista da Gazeta, resumiu bem:
O segundo caso foi o pedido de demissão de Glenn Greenwald do The Intercept, que ele ajudou a fundar em 2013 quando saiu do The Guardian. Greenwald denunciou a censura ao seu artigo só porque criticava a operação abafa da mídia sobre o escândalo de Hunter Biden. Seus colegas não queriam dar munição para a campanha de Trump...
Tenho mil diferenças com o Glenn, um esquerdista, mas consigo respeitar quem tem coragem de ser independente em suas convicções. Ele esteve inclusive na FoxNews denunciando essa tentativa de jogar para debaixo do tapete o escândalo da família Biden. Ganhou pontos comigo, mas o mais importante é a espiral de silêncio em torno de sua saída, da forma que foi. Paulo Polzonoff, na Gazeta, comentou o caso:
E tudo porque Greenwald se recusa a abaixar a cabeça para os maquiaveizinhos que veem a imprensa (e as redes sociais) como um instrumento de planificação da informação, com a finalidade de manter no poder os velhos corruptos de sempre.
[...] Duvido que o pedido de demissão de Glenn Greenwald seja visto pelo que ele realmente é: uma confissão de que a imprensa de viés explicitamente esquerdista é moralmente corrupta e busca retratar a realidade de uma forma que se enquadre em sua antevisão niilista de mundo.
Glenn Greenwald descobriu que ajudou a criar um monstro, qua a mídia esquerdista nunca quis a verdade, só militância e lacre, e que a censura é sua marca registrada. Desolado, foi até na FoxNews desabafar com Tucker Carlson. E a patota faz espiral de silêncio sobre o caso. Por que será?