Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal
Vamos repetir mais uma vez: o problema central nesse imbróglio da Petrobras não é se ele podia ou não substituir o presidente da estatal. O problema foi a forma amadora, imatura e sem noção como ele conduziu o processo.
O mandato da atual diretoria se encerra em menos de 20 dias. Não custava fazer as coisas dentro dos ritos próprios, sem solavancos e palavras de ordem sem sentido. Muito menos destilando ódio por conta do salário do subordinado ou fazendo outras acusações levianas – como a de que o presidente da empresa não trabalha há um ano, pois está em home office.
A palavra de um presidente da República tem um peso absurdo. Dizer que o cálculo dos reajustes é uma caixa preta, por exemplo, simplesmente porque ele é incapaz de entender como funciona, tem um efeito devastador na confiança dos investidores. Quando ele diz, então, que acha (baseado sabe-se lá em quê..) que o preço deveria ser pelo menos 15% mais baixo, ou que o presidente da estatal deveria pensar nos caminhoneiros, aí vira “barata voa” e as lembranças dos tempos do PT vêm à tona.
Nada contra ele mudar o presidente da Petrobras – e ninguém discute que ele tenha tal prerrogativa. O problema são as alegações públicas disparatadas e a forma de conduzir a substituição. Um desgaste absolutamente desnecessário e prejudicial, principalmente para os pequenos acionistas da companhia – que aliás são o grosso dos investidores, e não o pessoal da Faria Lima, como ele imagina…
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