Hoje é o Dia da Consciência Negra, um feriado feito para realçar o conceito de "raça", que divide seres humanos com base num critério arbitrário, não-científico e, no caso particular brasileiro, impraticável, uma vez que 40% da população se considera mestiça. Uma forma estranha de se combater o racismo, para dizer o mínimo, esta que enfatiza o que se pretende eliminar.
No G1, entre dez manchetes em destaque, temos essas:
- Quando me vi como negro: 12 milhões de brasileiros passaram a se declarar como pretos ou pardos em 6 anos. Processo envolve reflexão sobre identidade, troca de experiências e autoestima.
- Empreendedores negras contam histórias de negócios com sucesso
- Carlinhos Brown, Lázaro Ramos e outros falam sobre ser negro na Bahia
- Casos de racismo e injúria racial na Bahia crescem 1.200% em 6 anos
- No dia da Consciência Negra, como vive uma comunidade quilombola
- Verba para regularizar terras quilombolas cai 90% em 10 anos
- Entenda por que a saúde dos negros é pior
Se o intuito era segregar ainda mais a população com base no critério racial, parabéns! Ainda considero melhor o caminho escolhido por Martin Luther King, ao pedir em seu sonho que as pessoas sejam julgadas pelo caráter, não pela cor da pele. Ou o apelo do ator Morgan Freeman:
Claro que a data ganhou mais destaque com a polêmica ocorrida no Congresso nesta terça, que já comentei aqui. O caso está sendo explorado como racismo pela esquerda. O colunista da Folha Bruno Boghossian estampou no título de sua coluna de hoje o "show de racismo", e alfinetou: "O parlamentar certamente não gostou da referência que o cartaz fazia ao 'genocídio da população negra', associado à PM". Mas dá para gostar? Há mesmo um genocídio de negros no Brasil?
Essa é a opinião de Marina Silva também, a ex-ministra de Lula:
Trata-se de acusação gravíssima! Ela diz que há um "genocídio" de negros em nosso país, ou seja, a polícia estaria matando gente só por ser negra, de forma deliberada, intencional, eliminando pretos do mapa por puro racismo. A polícia, que é formada basicamente por... negros! Foi a mensagem do vereador Fernando Holiday:
Perfeito! Ou seja, uma coisa é condenar a truculência do deputado que vandalizou a "obra de arte" (aspas, muitas aspas); outra, bem diferente, é tirar casquinha disso para vender a falsa e absurda ideia de que existe um genocídio de negros em nosso país praticado pela polícia.
"Ah, mas morrem muito mais negros pela polícia", alegam os apressados. E morrem porque são negros ou porque moram nas periferias, são pobres e vivem em áreas dominadas pelo crime? Mais de 90% da população carcerária brasileira é de homens. Há, então, um preconceito feminista na sociedade? Aos que me mandam ver as estatísticas, eu respondo: vão estudar estatística, caramba! Correlação não é causalidade. Chama-se correlação espúria, pois carece de elo causal.
Não vamos esquecer, ainda, que um dos bandidos mais perigosos e famosos do país é branco, multimilionário e poderoso. Mas Lula é defendido por essa elite "progressista" que afeta virtudes raciais. Marcola, do PCC, também é branco. Outros traficantes conhecidos são brancos e tiveram acesso à escola. O combate ao crime não enxerga cor! Mas a esquerda usa "raça" quando convém, de forma oportunista e sensacionalista.
Fecho, novamente, com a mensagem de uma seguidora, que toca no cerne da questão:
Só posso fazer coro: hipócritas!
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