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Javier Milei foi eleito numa disputa contra o então ministro da Economia de um país cuja economia está em frangalhos, com cerca de 150% de inflação anual e 40% do povo na miséria. Não obstante, a mídia queria Massa, o peronista, para manter o caminho da destruição, tratando Milei como um "ultradireitista", um "aventureiro perigoso".
Entre as suas primeiras medidas está o foco claro de conter a sangria fiscal no governo, estancar a gastança estatal, causa primária do caos. Cortou ministérios, demitiu funcionários "fantasmas" e declarou guerra às mamatas e aos privilégios da casta no poder. Pelo visto isso incomoda muito a classe jornalística, quase toda ela imbuída de uma mentalidade socialista.
A exceção é esta Gazeta do Povo, cujo editorial de hoje elogia as medidas drásticas, porém necessárias, do presidente argentino: "O plano de Milei e Caputo não recorre a imposições heterodoxas como congelamentos de preços e parece ter compreendido a essência da crise argentina, que é o excesso de gastos".
Já o Brasil lulista segue na contramão, alimentando o estado obeso, hipertrofiado, patrimonialista, a vaca leiteira que alimenta inúmeros privilegiados. "Gasto público sobe cinco vezes mais que PIB e ameaça inflação e juros. Mas o PT quer mais", diz manchete da Gazeta. A reportagem continua:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostra uma tendência em manter esse ritmo acelerado no gasto público, influenciado, em parte, pela proximidade das eleições municipais de 2024. O PT, seu partido, faz intensa pressão para que o governo abandone a meta fiscal de déficit zero e fique "livre" para aumentar fortemente as despesas no ano eleitoral.
Com essa postura, não corremos o menor risco de dar certo, como diria Roberto Campos. Mas quem pode alegar surpresa? Não foi sempre esta a mentalidade petista? O PT não parece um partido político, e sim uma quadrilha. Não tem projeto de nação, e sim de poder. Não tem aliados, portanto, mas comparsas, piratas que querem participar da pilhagem da coisa pública, da divisão do butim do estado.
Lula segue ignorando todas as boas teorias econômicas e insistindo em seu projeto irresponsável. Se o mundo se mostra preocupado, ele ataca o mundo: "Pro ano que vem eu espero que as coisas melhorem mais. Hoje eu vi uma manchete que fala de uma previsão da OCDE e vou aproveitar para chamar eles, ano que vem, para tomar um café e mostrar que a previsão deles estava errada. O Brasil vai crescer. Os dados que eu tenho e os investimentos que estamos fazendo vão ajudar o Brasil a crescer".
Não vão ajudar e o Brasil não vai crescer. A herança bendita acabou, a inércia positiva deixada por Paulo Guedes chegou ao fim. Os custos da irresponsabilidade vão começar a aparecer. O lulopetismo nunca foi capaz de entregar bons resultados, pois parte de premissas econômicas equivocadas, ignora o mecanismo de incentivos para se produzir riqueza, delega ao estado baleia e corrupto todo o controle da situação.
A esperança de muito tucano "liberal" que fez o L e está com medo é que esse custo econômico possa desgastar Lula e abrir caminho para os próprios tucanos - já que o STF está encarregado de eliminar a verdadeira direita do mapa político. Mas política nem sempre anda pari passu com economia. Se o PT for capaz de cooptar todas as instituições até 2026, o resultado econômico ruim vai importar menos.
Na Argentina a desgraça econômica serviu para a alternância de poder, mas lá não havia um TSE partidário, um STF aparelhado ou urnas eletrônicas sem voto impresso. Na Venezuela, a desgraça econômica não impediu a manutenção de poder pelo ditador Maduro, companheiro de Lula. Em Cuba, o povo todo vive na miséria, a economia vai cair ainda mais este ano, mas a ditadura comunista segue no comando da ilha-presídio:
O regime de Cuba revisou "para baixo" sua projeção de crescimento econômico para 2023 e espera agora uma contração de "até 2%" do Produto Interno Bruto (PIB), segundo informou o ministro da Economia da ditadura castrista, Alejandro Gil, ao Parlamento do país nesta segunda-feira (18). A nova estimativa representa uma forte queda em relação à previsão inicial de 3% de expansão, feita no começo deste ano, e reflete o “cenário adverso” enfrentado pela ilha, que sofre sob o regime de Miguel Díaz-Canel com a escassez de alimentos, medicamentos e combustível, a inflação alta, os apagões frequentes e os resultados ruins do setor de turismo, que era um dos pilares da economia cubana.
Esse é o sonho de Lula e de Dirceu, que foi treinado em Cuba. Chutar um crescimento fantasioso, colher um resultado bem diferente, e isso em nada alterar seus planos particulares, seu projeto totalitário de poder. Resta saber se o Brasil ainda tem instituições capazes de impedir esse sonho quando a economia degringolar. Pois ela vai degringolar, mas poderá ser tarde demais...