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Reação de Bolsonaro não é “birra infantil”: há mais do que comércio na vida!
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O presidente Jair Bolsonaro comentou as manifestações de Alberto Fernández, recém-eleito presidente da Argentina, que publicou uma foto em defesa de Lula. Bolsonaro disse que era uma afronta à democracia brasileira e ao sistema judiciário brasileiro. Ele está afrontando o Brasil de graça”, afirmou Bolsonaro sobre o gesto de Fernández em apoio ao movimento Lula Livre.

O líder brasileiro, que não quis enviar cumprimentos a Fernández, diz que aguardará os próximos passos do novo governo argentino para então, se necessário, “tomar alguma decisão em defesa do Brasil”. A princípio está descartada a saída do Mercosul.

Alguns jornalistas chamaram de "birra infantil" a postura de Bolsonaro, sem conseguirem esconder muito a felicidade com a volta da extrema-esquerda ao poder no país vizinho. Foi o caso de Bernardo Mello Franco no GLOBO.

"Hostilizar a decisão dos argentinos porque Fernández visitou o ex-presidente Lula soa como birra infantil", escreveu. O poste de Kirchner posta foto em apoio ao bandido Lula, um claro desrespeito às instituições brasileiras, e a resposta de Bolsonaro é "infantil"? Esses "jornalistas"...

Usam como argumento o fato de que a Argentina é nosso principal parceiro comercial, e que o presidente deve ser pragmático. Ganhos comerciais de curto prazo, porém, não compensam o estrago moral de longo prazo ao endossar a volta do Foro de SP ao poder na Argentina. Bolsonaro está certo ao reagir dessa forma. Não é "birra infantil"; é lembrar do que está em jogo aqui: o futuro da própria democracia.

Às vezes sacrificamos interesses imediatos em prol de algo maior, de princípios e valores, da nossa própria sobrevivência amanhã. Por isso existem guerras justas, e guerras sempre custam muito. Imagina, no limite, alguém falar que não era para enfrentar Hitler, pois a Alemanha era um importante parceiro comercial. A tática covarde de Chamberlain mostrou seu péssimo resultado, enquanto Churchill lembrava que entre a desonra e a guerra, se escolhessem a desonra teriam a guerra.

Sei que muitos vão reclamar da comparação, mas é preciso ser realista e saber com quem estamos lidando aqui. Kirchner é alvo de mais de dez processos na Justiça, e alguns suspeitam até que a morte do procurador Alberto Nisman foi coisa sua. Ela é peronista, bolivariana, simpatizante do Foro de SP. O governo do seu poste será mais uma aposta na heterodoxia econômica, com congelamento de preços e restrições às liberdades. Está fadado ao fracasso.

Opor-se com firmeza a essa guinada suicida pode ser mais importante, no momento, do que manter a "liturgia do cargo" e bancar o neutro em relação ao destino escolhido pelos argentinos. O fator pedagógico é importante aqui: é fundamental se afastar da praga bolivariana.

Não é uma "birra infantil"; é uma questão de sobrevivência da própria democracia. Não é razoável agir com normalidade diante de um tiro no pé tão anormal dos hermanos. Nem tudo é economia, muito menos de curto prazo. A Argentina escolheu o caminho venezuelano; cabe ao Brasil ficar o mais longe possível disso.

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