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Finalmente a reforma da Previdência foi aprovada em definitivo, após dois turnos na Câmara e mais dois turnos no Senado. Uma novela que se arrastou por oito meses, desde quando o presidente levou sua proposta ao Congresso. Uma vitória importante do governo, do Congresso, da sociedade brasileira.

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Afinal de contas, o estado está praticamente quebrado, e o maior dreno é justamente o pagamento de aposentadorias, em especial do setor público. Para estancar a sangria fiscal, portanto, era crucial aprovar uma reforma expressiva. E esta que foi aprovada, com economia prevista de R$ 800 bilhões em dez anos, é bastante relevante. Comentei na Jovem Pan o resultado, assim como foi tema do meu destaque no 3em1 desta terça:

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Alguns analistas repetem, porém, que ela passou apesar de Bolsonaro. Não concordo de forma alguma, e em nome da honestidade intelectual, principal ativo de um analista político, preciso sustentar tese alternativa. A reforma que finalmente foi aprovada existe graças ao presidente em exercício.

É verdade que, durante a tramitação, Bolsonaro contribuiu para sua leve desidratação, quando vestia o boné corporativista, um ranço de quase 30 anos como deputado de baixo clero. Mas calma lá! O homem é um político. Eis sua natureza. Sua essência. A reforma, não custa lembrar, era tida como extremamente "impopular" por toda a mídia. A Jovem Pan fez campanha para conscientização de sua importância, um belo trabalho. Mas ainda assim não era uma pauta popular.

Quem levou milhares às ruas para defender a reforma? Quem trouxe como bandeira de campanha a reforma? E quem apontou como ministro da Economia o liberal Paulo Guedes? Como pode o chefe do ministro, então, ser visto como um obstáculo à sua aprovação, sendo que foi ele quem escolheu tal ministro e lhe concedeu ampla autonomia?

Há muita má-vontade com o presidente, basicamente por questões ideológicas e também de postura. Sei como é difícil, portanto, reconhecer seus méritos. Mas o mérito é dele também. É muito dele. E não me parece justo elogiar os demais, Guedes, Maia, Alcolumbre, e deixar de fora aquele que, como chefe do estado, enviou a reforma ao Congresso. Ou pior: considera-lo um empecilho, uma barreira ao que finalmente foi aprovado.

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Gerson Camarotti, da GloboNews, reconheceu o mérito do ministro Paulo Guedes e também do presidente Jair Bolsonaro por terem pautado a reforma previdenciária e lutado por ela. Justo! E mais comentaristas deveriam seguir nessa linha, por mais que não gostem do presidente, por mais que odeiem o presidente. Seria uma análise isenta, imparcial, honesta.

E fecho até com uma tese "irônica": ao ver todos os comentaristas da GloboNews endossando a agenda de reformas liberais do ministro Paulo Guedes no Jornal das 10 desta terça, comecei a acreditar que Bolsonaro joga xadrez 4D mesmo. Virou o bode expiatório, o imã de ataques, o boi de piranha, o "bad cop" detestado pela imprensa, para que Guedes possa ser o "good cop".

Se Alckmin fosse o presidente, haveria Guedes no ministério? Uma agenda liberal dessas estaria em curso? E com elogios dos jornalistas?! Pois é. Nem vamos falar de Fernando Haddad, o preposto do bandido Lula, pois sabemos que, nesse caso assustador, o Brasil estaria apontado para a direção venezuelana.

Portanto, em que pesem todos os defeitos e as merecidas críticas construtivas ao governo e ao presidente (não confundir com torcida do contra), acho que há momentos em que devemos deixar o viés de lado para admitir seus acertos. São muitos nomes por trás dessa conquista importante para o país. Muitos lutaram pela reforma. Mas um deles, talvez o principal, tem que ser o do responsável por apresentar a reforma, não é mesmo?