Na GloboNews, começam a surgir comentaristas preocupados com os rumos do atual desgoverno, lamentando que em vez de Mandela, o Lula ressurgiu como Maduro. Tem muita gente que fez o L com medo, arrependido (mas não ao ponto de pedir desculpas em público). O que essa turma esperava?
Meu amigo Roberto Motta, em sua coluna na Gazeta do Povo, comenta sobre sua perplexidade diante do otimismo que alguns ainda nutrem no mercado em relação ao plano econômico petista. Ele tem dificuldade de entender como gente tão bem preparada e paga consegue se iludir tanto perante tanto sinal claro de mapa de fundo equivocado dessa gente no poder.
Como alguém que atuou no mercado financeiro por anos, acho que posso arriscar uma resposta: essa turma vive numa bolha onde discursos paridos por jornalistas globais valem mais do que a realidade. Para eles, os conservadores que falam de ameaça comunista são paranóicos demais, "olavetes", uns radicais exagerados.
Em que pese todo indício de que estamos lidando com comunistas mesmo, simpatizantes de tiranias abjetas e que promovem movimentos criminosos como o MST, esse pessoal do mercado faz análise sempre otimista, como se isso fosse um aceno para as bases radicais petistas, mas que o bom senso falará mais alto na hora de tocar a agenda.
São os verdadeiros iludidos! Falta aos analistas de mercado leitura sobre a história do comunismo, sobre como ditaduras são instauradas, sobre como é relativamente fácil para esses ambiciosos desprovidos de qualquer moral comprar dos burgueses a corda que utilizarão para enforcá-los. O "mercado" acha isso tudo papo de chapéu de alumínio, mesmo que você mostre cada etapa do projeto, cada declaração confessando o intento.
A coluna de Leonardo Coutinho, também na Gazeta do Povo, talvez possa oferecer a resposta que Motta busca. Coutinho fala do pecado capital da Lava Jato, de figuras como Moro e Deltan, que sempre insistiram na tecla da corrupção como se ela fosse o mal maior a ser combatido, o fim em si dos esquemas de desvio de recursos na era petista. Não era! Coutinho conclui:
Os grandes jogadores estão preocupados com conquista, manutenção e expansão de poder em contextos que vão da política à geopolítica – o que não exclui a atuação do crime transnacional organizado e de estados mafiosos. Para eles, os corruptos são instrumentos. As reações à Lava Jato têm sua origem nas trevas onde interesses e personagens se tornaram invisíveis em meio à conveniente névoa da corrupção… corrupção… corrupção… corrupção…
O Brasil virou, agora sim, um pária mundial, um anão diplomático, ignorado por Zelensky em seus agradecimentos, pois Lula insiste em tomar o partido de Putin, disfarçando muito mal uma suposta neutralidade (que já seria absurda). Só compreende esse tipo de postura lulista quem enxerga a floresta vermelha, em vez de árvores isoladas.
Quem reduz o lulismo ao aspecto da corrupção não entendeu nada de nada, e está prestando a Lula e sua trupe um favor. Tudo que Dirceu deseja é ser confundido com um Renan da vida, um Collor. Quem concentra todos os esforços em denunciar a corrupção, deixando de lado o comunismo, prepara o terreno para o avanço comunista. E acabará engolido por ele - inclusive corruptos no caminho, que vibraram com suas migalhas temporárias sem se dar conta de que um monstro terrível se alimentava no processo.
Quem é capaz de olhar para a Venezuela hoje e afirmar que seu maior problema é a corrupção?
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