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Os dados do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre e as revisões para cima nos números dos 18 meses anteriores confirmam a expectativa de uma economia um pouco mais dinâmica neste segundo semestre de 2019 e em 2020, segundo analistas ouvidos pela Folha. "Um crescimento acima de 2% no ano que vem já é factível, pois temos uma melhora na recuperação", diz o economista Affonso Celso Pastore, da consultoria AC Pastore.

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Segundo o economista Luka Barbosa, do Itaú-Unibanco, já está no radar a projeção de um crescimento de 0,7% no PIB do último trimestre, que pode levar o PIB deste ano a 1,2% e dar um impulso inicial para que em 2020, quando as condições tendem a ser melhores, haja expansão de 2,2%. "A economia está indo de um ritmo de 1,5% para o de 2%. Não está mais estagnada. É uma aceleração gradual e bastante saudável, com crescimento de crédito privado, para consumidores e empresas, sem estímulos fiscais, o que seria insustentável", diz.

Concordo com os analistas mais otimistas. A qualidade do crescimento do PIB importa. Os gastos públicos caíram 1,4%, ou seja, o governo está agindo de forma anticíclica, o oposto do que víamos antes. Não são estímulos artificiais que produzem voos de galinha, como fez o PT, deixando depois um cenário de terra devastada com alta inflação. A retomada vem da iniciativa privada, com mais investimentos.

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É verdade que o patamar da Formação Bruta de Capital Fixo ainda está baixo, pouco acima de 16% do PIB, e os economistas sérios concordam que um nível mais perto de 25% se faz necessário para deslanchar um alto crescimento, mais perto de 4% ao ano, de forma sustentável. Mas o país caminha na direção certa.

E com capacidade ociosa e elevado desemprego, com a inflação contida e abaixo do centro da meta de 4%, há muito espaço para avançar no PIB, com a queda dos juros, sem pressionar a inflação. Essa percepção logo poderá retirar projetos da gaveta e despertar o "espírito animal" de muitos investidores, hoje ainda céticos com a retomada e aflitos com instabilidades jurídica e política.

Nesse sentido, cabe ao Congresso fazer sua parte. É sinal ruim a MP que permitia as empresas publicarem balanços apenas online ter caducado, menos pela relevância em si do projeto e mais pelo simbolismo de que pode representar uma retaliação ao Executivo. A pauta reformista da equipe de Paulo Guedes é virtuosa e precisa do apoio dos parlamentares. A relação estremecida entre governo e Congresso é sempre um risco. Espera-se que os deputados e senadores cumpram com sua função de olho nos melhores interesses do Brasil.

Se as reformas liberais seguirem seu curso e forem aprovadas, não parece nenhum absurdo falar em crescimento próximo de 3-4% no final do primeiro mandato de Bolsonaro. E essa conquista econômica seria crucial para suas intenções de ser reeleito, vale notar.