Ele era um herói nacional, uma unanimidade entre os brasileiros decentes, o juiz da Operação Lava Jato, que finalmente colocara poderosos atrás das grades, alimentando a esperança do povo no fim da impunidade. Sergio Moro era ovacionado por onde circulava. Então ele decidiu ir para a política...
Aceitou o convite de Bolsonaro para ser ministro poderoso, unindo Justiça e Segurança. Fez um bom trabalho, colheu resultados, dos quais se vangloria hoje sem mencionar o chefe que lhe deu tal oportunidade e autonomia para trabalhar, postura um tanto incoerente, além de ingrata.
E eis a palavra: ingratidão. Moro saiu no meio de uma pandemia, e saiu atirando. Prometeu um batom na cueca, e nada entregou. Na reunião ministerial que veio a público por seu pedido, vivemos o presidente e seus ministros batalhando pela liberdade da população, enquanto o próprio Moro ignorada cidadãos arrastados em praça pública a mando de governadores e prefeitos autoritários. Moro se retirou da reunião no meio, calado.
O que veio depois foi um espetáculo de trairagem. Moro concedeu entrevistas aos veículos de comunicação que fazem oposição escancarada ao governo. Virou colunista de um deles, sem qualquer credibilidade. Foi ganhar quase R$ 4 milhões nos Estados Unidos para prestar consultoria a uma firma que recebe o grosso de sua receia das empresas envolvidas na Lava Jato, um conflito de interesses evidente. E voltou para ser candidato ao cargo do ex-chefe, passando a demoniza-lo como alguém tão ruim quanto o ladrão que colocou atrás das grades quando juiz.
Para essa campanha eleitoral, Moro se uniu aos moleques oportunistas do MBL, uma estratégia para ter "engajamento nas redes sociais". Chegou a considerar essa parceria mais importante do que alianças partidárias. Ninguém deve ter avisado ao Moro que esses "liberais" tucanos não conseguem mais arrastar nem vinte garotos para as ruas, pois todos já perceberam que são ambiciosos que só pensam no poder.
Chegamos ao dia de hoje. O deputado Kim Kataguiri responde a uma pergunta da deputada Tabata Amaral, se ele acha que a Alemanha errou ao criminalizar os nazistas. "Acho", respondeu o jovem deputado. Oi? A casa caiu. Moro teve de emitir notinha de repúdio, escrever em suas redes sociais: "O nazismo é abominável e inaceitável em qualquer circunstância. É um crime e uma ofensa ao povo judeu e a toda humanidade. Não há mais lugar no mundo para o ódio e a intolerância".
Ah, se arrependimento matasse! Moro deve se perguntar o que fez com sua vida, com sua... biografia! Trata-se de um biografado com um zelo um tanto esquisito por sua imagem. Deixou ela colar em moleques oportunistas e sem credibilidade, e agora não sabe mais o que fazer. Já deve ter se dado conta de que não tem a menor chance de substituir Bolsonaro. Valeu a pena tanta traição?
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