“Não tenho barriga tanquinho, não sei tocar um instrumento, nunca fui galã da Malhação e não sou bom com humor. Mas tenho real interesse na vida das pessoas”. Foi o que disse Luciano Huck, ao lembrar que é candidato potencial em 2022: "estou aqui".
Huck é ícone de uma visão estética de mundo, bastante comum na elite "progressista" que vive na bolha do Beautiful People, onde supostas intenções substituem argumentos e agenda. Para essa turma, a retórica sempre valeu mais do que os resultados, a imagem sempre foi mais importante do que a essência.
São os mesmos que adoram Barack Obama, por exemplo, o "liberal" que fazia belos discursos, enquanto entregava resultados medíocres, para dizer o mínimo. Já Trump, o "tosco", consegue resultados bem melhores, mas desperta apenas o desprezo dessa patota, pois não se encaixa na "liturgia do cargo".
Esses "progressistas" adoram a ONU, palco para cada um sinalizar as melhores intenções do planeta, mas incapaz de conter regimes efetivamente nefastos. Não por acaso virou a capital mundial da esquerda caviar: é pura sinalização de virtude.
O apresentador global andou saindo em defesa da deputada Tabata Amaral, que foi "cancelada" pelos radicais de esquerda. Ambos tentaram lembrar que o inimigo está do outro lado, ou seja, no governo Bolsonaro. Huck, assim como Tabata, coloca-se acima de disputas ideológicas, mas sempre escolhe a esquerda.
Lacombe resumiu bem o tipo "isentão": fica em cima do muro, mas quando precisa descer, cai sempre à esquerda. Esses "liberais" não precisam lidar com a dura realidade, com o "trade-off" imposto pela escassez. Eles têm "soluções", que são sempre mágicas, pois nada tem de ceder. Hoje mesmo Huck deu um exemplo disso:
Ele não é nem contra nem a favor dos ecoterroristas, muito pelo contrário. Faltou só explicar como enfrentar "com realismo" os desmatamentos, queimadas, grilasses, garimpos, e a "urgência climática", tudo isso enquanto promove o agronegócio "sustentável". Não há propostas concretas, claro. Basta a "intenção", unir o "ativismo ambiental" ao "agro sustentável". Obama era o rei desse papo furado: "mudanças", repetia, sem explicar quais e como.
Minha análise é a de que o povo cansou dessa postura. Ela pode ser um sucesso nas quarentenas gourmet, nos jantares "inteligentinhos", mas fora dessa bolha é um fracasso. O inferno está cheio de boas intenções, diz o ditado popular, com sabedoria.
"Sou bonzinho" simplesmente não é uma plataforma razoável de governo. Huck terá de se esforçar muito mais, isso sem falar da pecha de "candidato da Globo", inevitável, e do jogo sujo na política. Abrir mão de seu salário milionário para enfrentar essa pedreira, com esse discurso que parece calculado por marqueteiro, não soa como uma boa aposta...
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