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Desde o começo tenho apontado a inviabilidade da suposta “terceira via”. O motivo é simples: essa turma esquerdista carece de proposta séria, e erra feio ao forçar uma falsa equivalência moral entre os dois “extremos”. Lula é um ladrão que comandou um enorme esquema corrupto, enquanto bajulava ditadores socialistas e destruía a economia brasileira. Bolsonaro possui uma agenda reformista virtuosa, liberal, e montou ministérios técnicos num governo praticamente sem escândalos até aqui, e sem absolutamente qualquer indício de favorecimento ilícito ao próprio presidente. Os dois “polos” não são comparáveis.
Mas a “terceira via” faz pior, na prática: demoniza Bolsonaro, enquanto alivia a barra de Lula. São tucanos em essência, e todo tucano, quando desce do muro, cai do lado esquerdo, no colo de um petista. Não por acaso Alckmin se uniu àquele que quer, segundo ele mesmo, voltar à cena do crime para roubar mais. E caciques do PSDB também já declaram voto antecipado no ladrão do Foro de SP. Colocar o rótulo de “centro democrático”, portanto, não resolve nada, pois o povo não é trouxa assim.
É por isso que tentaram vários nomes, e todos fracassaram antes de decolar. É o bloco do traço. E a grande aposta dessa turma, agora, é a senadora Simone Tebet. A campanha conta com a ajuda de empresários e dos veículos de comunicação. O Estadão deu destaque: “Empresários e economistas articulam ações para impulsionar Simone Tebet - Descontentes com a polarização entre Lula e Bolsonaro nas pesquisas, grupo, que inclui também líderes sociais, artísticos e indígenas, manifesta apoio explícito à senadora do MDB”. Seu grande trunfo: ser desconhecida.
Mas, à medida que mais gente pesquisar sobre a senadora, ficará claro o seu viés esquerdista. Na CPI circense da Covid, Simone Tebet fez um papelão demagógico ao lado do trio lulista que comandava o espetáculo medonho, tudo para demonizar o governo e responsabilizar Bolsonaro pelas mortes. Tebet já disse que é “liberal na economia”, mas que é contra a privatização da Petrobras. Por fim, ela abraçou a política identitária da esquerda, afirmando que mulher deveria votar em mulher, um comentário patético. Então uma conservadora deveria votar em Dilma? Quando alguém lança mão dessa cartada sexista é porque faltam argumentos convincentes.
Em suma, os empresários tucanos estão desesperados em busca de um nome, mas nenhum parece ter qualquer chance. A polarização veio para ficar, pois agora o eleitor finalmente tem alternativa à direita. A estratégia das tesouras não funciona mais. Cada vez mais gente já se deu conta de que os tucanos são petistas “limpinhos”, com fala mansa e roupa de grife, mas com a mesma essência esquerdista. Bolsonaro pode ser um tanto bronco, mas a escolha terá de ser entre o ladrão socialista e o “tiozão do churrasco”.