Por Martina Pimentel, publicado pelo Instituto Liberal
Getúlio Vargas, durante a era em que governou o Brasil, orgulhava-se do título recebido: “pai dos pobres”. Com práticas paternalistas, o povo tornava-se cada vez mais dependente da atuação estatal e de sua influência nas relações privadas.
Com o recente avanço de políticas liberais, ainda que muito distante de um completo contexto de governo liberal, o Brasil vinha seguindo um caminho que parecia dar sinais da diminuição do tamanho do Estado, tanto em gastos, como de regulação das relações interpessoais.
Apesar de um acontecimento não totalmente imprevisível, a pandemia do coronavírus pegou todo o mundo de surpresa. Com disseminação muito veloz e efeitos ainda não inteiramente controlados, a Covid-19 tem amedrontado a maioria da população. Esse desconhecimento da capacidade do vírus e da forma de exterminá-lo levou o Estado a interferir gravemente no direito primordial do ser-humano: a liberdade.
Os Entes Federados aproveitaram o momento para cravar suas unhas em nossas vontades. Do lazer ao trabalho, oneroso ou gratuito, não importa. O Estado foi quem passou a dizer aonde poderíamos ir e qual seria a essencialidade de nossas atividades.
Há cerca de três semanas o Brasil tem experimentado o isolamento horizontal. Por imposição do Estado, o comércio foi fechado e, consequentemente, muitas indústrias obrigadas a parar. Paramos o mundo porque não descobrimos como parar o vírus.
De pouco tempo para cá, o Estado tomou tamanho e força que há tempo não se via. Os tentáculos de Leviatã estão avançando rapidamente e enforcando a sociedade com suas restrições e imposições.
Os valores que sustentam o liberalismo foram apunhalados, mas precisamos reagir. Talvez, neste momento, o primeiro pilar que precisamos recobrar é o da responsabilidade individual.
O conhecimento empírico tem dado mostra de que o lockdown horizontal e indefinido não é a solução para a contenção do avanço do coronavírus, mas apenas um paliativo a um dos inúmeros problemas da pandemia: a insuficiência de leitos hospitalares, em caso de contaminação em massa. Infelizmente, essa é só a ponta do iceberg.
As perdas em vidas humanas, vítimas da violência, do suicídio, da fome, consequência do agravamento da crise econômica, gerada pelo isolamento horizontal, estão sendo deixadas de lado, às custas de contabilizar somente os óbitos dos diagnosticados com a Covid-19.
Por outro lado, não poucas são as críticas à defesa do isolamento vertical, da proteção dos grupos de risco, para que o motor do mundo não seja parado. Argumentos emotivos pouco fundamentados em evidências chegam ao ponto de tornar antitéticos cuidados que deveriam andar juntos: nessa crise, “CPFs” e “CNPJs” devem ser preservados, até porque não há “pessoas jurídicas”, sem muitas pessoas físicas por trás, que serão diretamente afetadas, em caso de prejuízo.
Apesar de vivermos em uma ditadura velada do politicamente correto, do monopólio das virtudes e das verdades, mais do que nunca, é preciso colocar em prática a responsabilidade individual, para a perenidade da sociedade. Ou pensamos em como nossas atitudes contribuirão para a manutenção da ordem ou, aí sim, entraremos em colapso geral.
*Martina Varejão Gomes Pimentel é associada do Instituto Líderes do Amanhã.
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