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Quando observamos o grau de incoerência nas posturas esquerdistas de hoje, pensamos em vários vilões acadêmicos, indo de Marx a Foucault, de Rousseau a Gramsci. Mas um em especial merece menção para compreendermos a narrativa binária e totalmente inconsistente da esquerda radical: Marcuse.

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Seu conceito de "tolerância repressiva" foi a chave para liberar as portas do Inferno. Theodore Dalrymple dedicou um texto ao assunto recentemente, alegando que as ideias de Marcuse eram absurdas e risíveis, mas muita gente resolveu levar a sério.

Ele explica que Marcuse popularizou a noção de “tolerância repressiva”, segundo a qual a liberdade de expressar qualquer opinião sem medo de represálias resultou, ou serviu, à repressão: enganou as pessoas fazendo-as supor que eram livres.

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Podiam dizer o que quisessem, mas viviam numa sociedade em que não decidiam nada por si próprios e em que eram estrangulados por leis, convenções, códigos morais, tudo para o benefício material de uma pequena elite (Marcuse era uma espécie de marxista).

Esta noção, expressa na prosa mais monótona, apelava aos adolescentes utópicos que queriam negar que eles eram a geração mais afortunada que já viveu e sonhavam com uma vida completamente sem restrições ao seu prazer imediato.

Meio século depois, a “tolerância repressiva” assumiu um significado diferente, que na verdade tem alguma aplicação prática. É a repressão realizada em nome da tolerância. Eis o que Marcuse plantou e a esquerda radical moderna colheu: todas as instituições "supostamente" em defesa da liberdade individual são instrumentos de poder de uma elite para escravizar o povo, e toda reação do "povo", por mais violenta que seja, é uma luta libertadora legítima.

A esquerda, por essa ótica distorcida, está sempre certa, mesmo quando flerta abertamente com o terrorismo; a direita está sempre errada, pois representa a elite poderosa. Casada com a visão marxista de opressores e oprimidos, essa ideia foi responsável por vários movimentos agressivos, extremamente violentos, tudo em nome da "tolerância" e do combate à "repressão".

É o que explica, por exemplo, socialistas apoiando Hamas contra Israel. Num debate retratado no Washinton Post, um militante pró-Hamas alega para sua colega judia "progressista" que sua premissa é sempre defender os "oprimidos", os "desvalidos", os "pobres". E como os palestinos são mais pobres, ele sempre vai ficar ao lado dos palestinos, "apesar dos excessos de uma minoria como o Hamas".

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Eis a senha para estuprar, degolar crianças, mutilar idosos: a miséria relativa dos palestinos sempre os colocará como vítimas! Não importa que a pobreza seja justamente causa do Hamas, que absorve todos os recursos humanitários para fazer foguetes para matar judeus, que oprime o povo de fato, que odeia mais as crianças israelenses do que ama as palestinas.

O Black Lives Matter promove depredação e violência, mas tudo em nome da "tolerância". A Antifa adota os métodos fascistas, mas em nome do combate ao fascismo. A imprensa aborda cada caso buscando encaixar em sua narrativa prévia, herdada de Marcuse e Marx. Se o assassino é trans que odeia brancos ricos, como no caso de Nashville, então o manifesto é ocultado do público.

Todos eles se julgam defensores da tolerância, com seus métodos agressivos e mentirosos. Eles lutam contra o "sistema", que seria uma ferramenta da elite branca no poder, mesmo quando o presidente é um esquerdista negro. Não há como argumentar com essa turma, pois suas ideias não derivam da razão, e sim da necessidade de justificar suas emoções. Eles são sempre "do bem", por mais que estejam ao lado da escória da humanidade, aplaudindo as maiores barbaridades possíveis. Marcuse é o pai intelectual desses alienados.