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A entrevista do candidato do Partido Republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, concedida ao bilionário Elon Musk no X, nesta segunda-feira (12), obteve um alcance significativo na rede social. A transmissão ao vivo da conversa, transmitida pela ferramenta “Spaces” do próprio X, conseguiu atrair mais de 1,3 milhão de ouvintes simultâneos e ainda está conquistando números significativos.
Segundo a própria plataforma, a publicação do presidente Donald Trump no "Spaces" recebeu 73 milhões de visualizações até a noite desta segunda. Durante o mesmo período, houve 4 milhões de postagens sobre a conversa de Elon Musk e do presidente Trump no X, gerando um total de 998 milhões de visualizações. Ou seja, o sucesso em termos de audiência é inegável.
Musk abriu perguntando sobre o atentado que quase tirou a vida de Trump. Importante resgatar isso pois, apesar de recente, é algo que a mídia vem ignorando e esquecendo. Trump considerou um milagre divino estar vivo, e disse que faria tudo novamente, pois há coisas mais importantes que sua própria vida em jogo, como o futuro da América. Esse, aliás, foi o ponto alto da conversa: dois patriotas preocupados com o destino da nação.
O dono da Tesla endossou a candidatura de Trump mais de uma vez, e recebeu o agradecimento do ex-presidente, que chegou a dizer que via Musk mais como alguém de esquerda. Elon Musk admitiu que era fã de Obama, que chegou a ficar horas numa fila para apertar sua mão, mas que o Partido Democrata se radicalizou demais, migrou para a extrema esquerda. Ele está certo.
Trump considerou um milagre divino estar vivo, e disse que faria tudo novamente, pois há coisas mais importantes que sua própria vida em jogo
O tema das fronteiras, por exemplo, mereceu amplo destaque e um espaço maior para Trump desenvolver seus pontos com maior profundidade. Kamala Harris foi alvo de duros e merecidos ataques nesse campo. Afinal, era chamada de "czar das fronteiras" como vice-presidente de um governo que viu a entrada recorde de ilegais, e agora tenta se desvencilhar desse legado terrível.
Trump disse que muita gente ruim e improdutiva entrou no país, e que isso é perigoso e péssimo para o futuro da nação. Musk concordou e lembrou que os Estados Unidos representam cerca de 4% da população mundial, e basta uma "invasão" de um pequeno percentual do mundo para desestabilizar todo o país. Ficou claro que ambos não são contra imigrantes em si, mas contra a falta de controle nas fronteiras e a entrada de gente que nada agrega ao país.
O governo Biden/Harris também foi responsabilizado pela situação geopolítica caótica. Trump disse que nada do que está acontecendo teria ocorrido fosse ele o presidente. Ele disse que conhece os líderes do mundo e os reconhece como ambiciosos e capazes, à sua maneira, de cuidar do que julgam ser os interesses de suas nações, mas que respeitavam seu governo, ao contrário do "Sleepy Joe", uma referência ao "sonolento" presidente Biden. Musk reforçou a tese amplamente aceita na geopolítica de que os inimigos do Ocidente só respeitam lideranças fortes, e que a atual gestão era um convite a ataques.
A economia também foi outro tema importante discutido, e aqui houve alguma discordância. Musk apontou que a inflação é culpa de um governo que gasta muito, e Trump se mostrou mais protecionista do que Musk. Mas ao elogiar Javier Milei, o libertário que preside a Argentina, Trump conseguiu uma reaproximação. Ambos concordam que a atual gestão democrata tem sido medíocre e que os americanos perderam poder de compra do seu salário. São representantes da visão empreendedora que fez a América, enquanto os democratas enaltecem o sindicalismo e o estado promotor de "justiça social".
A grande imprensa pode tentar esconder Kamala Harris no porão, fingir que ela não é a vice-presidente de um governo fraco, remodelar totalmente a personagem e compensar suas falas desastrosas com o apoio de celebridades. Pode também soltar notinhas apenas sobre a conversa de Trump com Musk, ou acusar "bilionários" de serem "egoístas" - ignorando os vários bilionários poderosos por trás dos democratas. Mas o alcance da entrevista foi impressionante, e ela mostrou duas pessoas normais, genuínas, realmente preocupadas com o futuro da América.
Certamente isso produz um efeito positivo na campanha de Trump, capaz de atrair votos de moderados, das "mães de subúrbio" (mulheres educadas de classe média), de pessoas comuns que podem perfeitamente perceber a incompetência e o radicalismo vigentes no Partido Democrata atual.