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Em situações normais de temperatura e pressão, confesso não gostar do tom alarmista em eleições, do tipo "é a última chance de salvar a democracia". O mundo não costuma acabar por conta de um resultado eleitoral, em que pese o risco nada desprezível de estragos enormes. Mas desta vez, na escolha entre Donald Trump e Kamala Harris, acompanho Elon Musk: o que está em jogo é a própria sobrevivência dos Estados Unidos.
O Partido Democrata se radicalizou demais, Kamala Harris é a Dilma americana e o perigo da destruição da América como a conhecemos não é um exagero. Há muita coisa em risco, e por isso mesmo o jogo tem sido violento. Os democratas torraram uma montanha de recursos, Obama entrou pesado em campo, a velha imprensa coloca suas fichas e as celebridades ameaçam abandonar o país – novamente.
A vitória de Trump não seria, nem de perto, o fim do mundo. Ao contrário: seria a melhor chance de colocar ordem nessa bagunça. A começar pelo Brasil
Em desespero por conta das pesquisas e do momento favorável da campanha de Donald Trump, a esquerda voltou a repetir a ladainha do Hitler reencarnado, o que esgarça ainda mais o tecido social da nação. Ora, se é Hitler do outro lado, então vale tudo para derrotá-lo e salvar a democracia, não? Até mesmo... tentativas de assassinato? Mentir, então, é algo que sai naturalmente dos "progressistas".
Glenn Greenwald, de esquerda mas com respeito aos fatos, apontou um problema grave do país: Biden está senil, os democratas tentaram esconder isso do mundo, mas ele segue como presidente, ou seja, quem está tomando conta do governo? Isso mostra como uma enorme burocracia assumiu o establishment, o Deep State, e controla o Estado administrativo. É para manter esse grande aparato que os donos do poder fazem de tudo para derrotar Trump.
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Trump representa, por outro lado, o homem comum, esquecido e explorado pelo sistema. Se a coalizão democrata apela para minorias que se vitimizam e mulheres que desejam a "liberdade" de matar seus bebês no ventre, os republicanos atraem a classe média abandonada, com receio da imigração ilegal descontrolada, da economia ruim e da confusão geopolítica.
Biden se referiu aos apoiadores de Trump como "lixo", seguindo a deixa de Hillary Clinton, que falou em "cesta de deploráveis". Mas são apenas patriotas trabalhadores que querem resgatar uma América mais forte e livre. Elon Musk, com a ajuda do libertário Ron Paul, quer desburocratizar o Estado. Os conservadores miram na volta do império das leis, do respeito à Constituição. E não aceitam, claro, que o Estado invada sua casa para matar seu esquilo de estimação em nome da "saúde pública".
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Nos "swing states", que decidem a eleição, a economia pesa bastante, e isso joga contra a gestão Biden/Harris. Não por acaso a vice tenta se dissociar do presidente. Ben Shapiro fez um bom resumo do quadro: os apoiadores de Trump sustentam seu voto defendendo Trump e criticando Kamala; os apoiadores de Kamala justificam seu voto demonizando Trump, mas não defendem Kamala. Pois não há defesa possível para ela...
Por isso manchetes tão bizarras e histéricas na imprensa. Na CNN: "Trump oferece escuridão na véspera da eleição e Kamala, otimismo". Na Folha: "Possível volta de Trump à Casa Branca preocupa Itamaraty" (o governo lulista no eixo do mal deveria mesmo se preocupar, mas não o povo). No Valor: "EUA se dividem entre estabilidade e o radicalismo". Estadão: "Que danos Trump realmente pode causar".
O quão dissociados são da realidade? Os "analistas" fingem que Trump não foi presidente agora mesmo, com bons resultados, e que Kamala não é a vice deste governo medíocre, com péssimos resultados. Vivem da visão estética de mundo, das aparências, dos discursos, sem qualquer compromisso com os fatos. Talvez o melhor resumo disso seja a troca de mensagens de dois típicos petistas:
Marcelo Rubens Paiva: "A vitória de Trump pode gerar a maior crise humanitária do planeta. Será o último empurrão ao abismo". Xico Sá: "Apenas o fim do mundo, meu caro". Impossível não rir, ainda que bata aquele desespero depois por lembrar que essa gente está no poder!
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Vamos falar de danos potenciais que podem ser causados por Trump: Israel ser atacado pelo Irã e seus satélites terroristas, com financiamento do próprio governo americano? Talvez a Ucrânia ser invadida por Putin, pela falta de firmeza do governo americano? Quem sabe a China investir contra Taiwan, por sentir fragilidade na postura americana? Ou ainda relações piores com a Índia? Quem sabe o Brasil, maior país da América Latina, cair no comunismo e entrar no eixo do mal?
Isso tudo "seria" terrível, não é mesmo? E tudo isso aconteceu, mas sob o governo democrata. Enquanto isso, nossos "analistas" fazem análises infantiloides, do tipo "Trump é malvado e Biden (ou agora Kamala) trará tranquilidade e estabilidade". É realmente um espanto!
A vitória de Trump não seria, nem de perto, o fim do mundo. Ao contrário: seria a melhor chance de colocar ordem nessa bagunça. A começar pelo Brasil, já que Trump e Elon Musk poderia intensificar a pressão contra nosso sistema autoritário. É justamente isso que nossa esquerda quer evitar a todo custo...
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos