"FHC TORCE POR LULA CONCILIADOR E AFIRMA ESTAR DISPOSTO AO DIÁLOGO", dizia chamada da revista Época deste fim de semana. "Ex-presidente espera que petista não 'volte com fundamentalismos'", estampava o subtítulo.
A Época perguntou a Fernando Henrique Cardoso se ele vê Lula como conciliador ou incendiário. O tucano respondeu: “O Lula não é incendiário . Ele é verbalmente incendiário, porque é do poder. Como estilo político e humano, não é a tendência do Lula ser incendiário. As pessoas às vezes o pintam de guerra, mas não é assim. Não conheço Bolsonaro e não quero avançar como ele é. Visto de fora, dá a impressão de que ele é mais guerreiro, mais intransigente, acredita em uns fantasmas. O Lula acredita nele".
FHC sendo FHC, tucano sendo tucano. Sempre pusilânime, covarde na hora de enfrentar essa esquerda jurássica petista. O fato é que FHC sempre nutriu simpatia por Lula, pessoal e intelectual, e mesmo sendo alvo constante de ataques pérfidos por parte do PT, sempre deu um jeito de defende-lo, tal como uma "mulher de malandro", que apanha e pede mais. Não vamos esquecer que FHC foi uma importante voz contra o impeachment de Lula em 2005, após o mensalão. Quanta desgraça teria sido evitada se o impeachment prosperasse ali, no começo do seu governo, após o escândalo de compra de votos no Congresso?
FHC, que virou uma espécie de comentador geral da república, dando uma entrevista por semana, no mínimo, sempre encontra uma forma de alfinetar o atual presidente e poupar Lula. O "centro" que ele defende como alternativa a essa polarização é uma esquerda "progressista" que se mostra incapaz de bater de frente com a quadrilha petista. O que chamam de centro é, portanto, esquerda mesmo, como Marina Silva, Luciano Huck etc.
Nos EUA seria o Partido Democrata, Obama, Elizabeth Warren, até mesmo Bernie Sanders ou Alexandria Ocasio-Cortez, ou seja, uma esquerda cada vez mais radical, que prega "tudo grátis" por meio do estado, financiado pelo avanço de impostos sobre os "mais ricos". Essa turma que chama Trump de radical ou ameaça à democracia, e prega como solução o socialismo!
"Sim, o PT precisa fazer autocrítica. Na economia, certamente. Não por qualquer exigência de humilhação pública, mas porque é preciso saber se o partido, na eventualidade do retorno, repetirá ou não os mesmos erros". Assim começava a coluna de Miriam Leitão neste domingo, no GLOBO, do mesmo grupo da revista Época. Tucano sendo tucano, ou seja, poupando o PT dos rótulos que merece, dando um jeito de sempre considera-lo um partido normal, como outro qualquer, em vez de admitir que se trata de uma quadrilha golpista, que fundou o Foro de SP ao lado de Fidel Castro, que se inspira na ditadura venezuelana.
Para Miriam, o PT precisa apenas "reconhecer erros econômicos", se não quiser repetir os mesmos erros. Lula sai da prisão ainda mais raivoso, dizendo-se mais radical à esquerda ainda, incitando ódio e violência, mencionando o caos que os baderneiros têm tocado no Chile como exemplo, mas Miriam Leitão acredita que há possibilidade de o PT fazer autocrítica, reconhecer "erros econômicos", sendo que o próprio Lula já deixou claro que não fará autocrítica alguma.
Miriam aponta en passant a corrupção, "que de fato houve", e depois elogia o "legado social" do partido: "O PT criou uma rede de proteção para os pobres e muito pobres com o Bolsa Família, programa que ninguém se atreve a revogar. Ajudou a colocar brasileiros de menor renda, especialmente os negros, na universidade pública. A política social tem méritos inegáveis, mas alguns programas saíram pela culatra". Eis como ela se refere ao populismo eleitoreiro do petismo.
É uma postura típica de covardes, ou de cúmplices, de gente que, no fundo, nutre simpatia pelo petismo, pois também é de esquerda, ainda que mais moderada na forma. É o que se chama de "isentão" nas redes sociais, ou seja, uma turma que finge imparcialidade enquanto morre de amores pela esquerda.
Mas Miriam é tida como uma jornalista imparcial, e FHC é adorado pela grande imprensa, assim como Obama nos EUA. A mesma mídia mainstream que odeia Trump e Bolsonaro, que encontra pelo em ovo para ataca-los. Depois não entende porque a credibilidade só cai e o público busca alternativas nas redes sociais...
Enquanto a opção de "centro" for alguém que alivia a barra dos golpistas do Foro de SP, de gente que se inspira na ditadura venezuelana, ninguém minimamente atento poderá ficar surpreso com a eleição - e reeleição - de figuras como Trump e Bolsonaro...
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