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Rodrigo Constantino

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Exemplo

Um ano de Javier Milei

O presidente da Argentina, Javier Milei, disse que a política de corte de gastos será mantida em 2025 (Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni)

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No Brasil, o presidente Lula comemora a mediocridade, com um crescimento do PIB de 0,9%, mas queda na taxa de poupança que sinaliza para a falta de sustentabilidade do avanço econômico. A crise bate à porta e a melhor forma de sintetizar isso veio de um empresário e grande apoiador de Lula, que doou um milhão de reais para sua campanha e agora constatou: "Estamos ferrados!".

Com o dólar acima dos seis reais, a situação não está tranquila mesmo. Por outro lado, a Argentina tem uma das moedas que mais se valorizaram no ano, além da queda sistemática da inflação. Quando Javier Milei venceu a disputa, a velha imprensa ficou em polvorosa, acusando-o de ser radical ou de "extrema direita". Nossos jornalistas iletrados sequer sabem o que é o libertarianismo...

A presença de Milei na Argentina é a constante lembrança de que o Brasil poderia estar voando, mas está, em vez disso, afundando novamente, flertando com o abismo. Não era preciso ter bola de cristal para antecipar isso

Eis que agora até O Globo se rende aos encantos de Milei por conta dos bons resultados. Em seu editorial de hoje, o jornal diz: "Milei dá lição de disciplina fiscal para o continente". Logo no subtítulo a realidade estampada: "Argentina terá superávit pela primeira vez em 16 anos. Inflação está em queda e popularidade dele se mantém". Que milagre foi esse?

Milei, um líder "populista" sem papas na língua, transformou a motosserra em símbolo de sua visão política, e uma vez no poder colocou em prática o corte, demitindo mais de trinta mil servidores públicos. Declarou guerra aos burocratas corruptos, iniciou um processo de privatização das estatais e abriu a economia. O receituário liberal na economia nunca falha. Diz O Globo:

Ao assumir, a economia flertava com a hiperinflação. De 25% em dezembro de 2023, o índice mensal caiu a 2,7% em outubro. O ano de 2024 fechará em recessão, mas o PIB tem se recuperado e deverá voltar a crescer em 2025. Apesar de o choque ter levado a pobreza ao pior nível em 20 anos, Milei conta com a paciência dos argentinos. Tem aprovação de 49% dos eleitores— acima dos dois antecessores a esta altura do mandato.

Milei pegou um cenário de terra devastada, herança maldita do governo lulista que o antecedeu. As medidas iniciais de limpeza têm um custo, e por isso a economia não vai crescer este ano, mas o terreno está preparado para um crescimento sustentável agora. O trem descarrilhado voltou aos trilhos. Os argentinos percebem as mudanças positivas e por isso a taxa de aprovação segue alta. Até Elon Musk está empolgado com Milei.

O editorial conclui: "Milei ainda continua a falar como 'o louco' da campanha eleitoral, mas pelo menos no aspecto fiscal tem mantido um nível de sanidade que faz falta no Brasil". Loucura é acreditar na ladainha lulista! Loucura é insistir nos mesmos erros e pessoas e esperar resultados diferentes. O PT já quebrou o Brasil antes, e está prestes a fazê-lo novamente. E nossa velha imprensa é cúmplice, assim como grandes empresários que fizeram o L e agora estão com medo.

Quando Milei venceu, afirmei que a Argentina seria um fardo para nossos esquerdistas, pois haveria uma comparação bem ao lado. Na margem, as coisas melhorariam no país vizinho, apesar da destruição deixada pelos lulistas; enquanto isso, as coisas piorariam muito no Brasil, mesmo com a casa arrumada pelo governo Bolsonaro e seu ministro liberal Paulo Guedes.

Essa previsão está se concretizando. A presença de Milei na Argentina é a constante lembrança de que o Brasil poderia estar voando, mas está, em vez disso, afundando novamente, flertando com o abismo. Não era preciso ter bola de cristal para antecipar isso. Bastava ter um pingo de bom senso...

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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