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Após cinco minutos parado diante do espelho, admirando a própria luz, o ministro supremo partiu para mais uma entrevista. Devia ser a oitava em uma semana. Com postura refinada, fala mansa e aveludada, lá foi o ministro "enfrentar" os jornalistas novamente. Em vez de perguntas difíceis, porém, havia um clima ameno, de convescote mesmo. Confortável, o ministro teceu sua visão acerca do seu próprio legado: nada menos do que recivilizar o país!
Ser o guardião da Constituição seria uma tarefa muito simples e comezinha para alguém tão especial e iluminado. Nosso ministro queria muito mais: queria empurrar a história na direção correta, elevar o nível da nação toda, repleta de bárbaros e animais selvagens, desses que ousam votar na "extrema direita". Era preciso trazer o Iluminismo para esse povo atrasado. "Nós derrotamos o bolsonarismo".
Estamos bem mais parecidos com a Venezuela de Maduro, mas esse é um estágio crucial no processo de recivilização do nosso povo. Barroso venceu. Eles derrotaram a direita. Perdeu, mané, não amola!
Nesta Nova Nação, totalmente recivilizada, não haveria mais espaço para a corrupção. Exceto, claro, o maior corrupto de todos, o ladrão que voltou à cena do crime, como diria seu próprio vice. Esse sujeito, com linguagem grosseira na forma e no conteúdo, foi o maior responsável pela cleptocracia instaurada no país, segundo o próprio ministro. Mas para derrotar o atraso era necessário dar dois – ou dez – passos para trás antes de avançar. Perdeu, mané, não amola!
O Novo Homem, esse que faz parte do grupo de "cidadões" brasileiros, segundo a primeira-dama, seria alguém que passaria o olho em Cesare Battisti e logo diria: "inocente". Não importa que seja um assassino confesso: no país recivilizado os comunistas podem matar. O mesmo iluminado, diante de João de Deus, saberia estar na presença de alguém com "poder transcendente", ainda que para abusar de mulheres inocentes.
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As instituições foram salvas! Os juízes de última instância, que não precisam ser juízes, tomam lado nas disputas, derrotam os adversários, promovem censura, prisões políticas e arbitrárias e destroem vidas de "criminosos" como a cabeleireira do batom "atômico", que ousou reproduzir a frase do próprio ministro numa estátua. São medidas drásticas, mas necessárias para impedir o retrocesso conservador.
O país virou pária global, entrou para o "eixo do mal", defende terroristas e ditaduras comunistas e não é respeitado por ninguém mais. Um preço razoável a ser pago para a recivilização sonhada. Estamos bem mais parecidos com a Venezuela de Maduro, mas esse é um estágio crucial no processo de recivilização do nosso povo. Barroso venceu. Eles derrotaram a direita. Perdeu, mané, não amola!
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos