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"O povo americano nunca adotará conscientemente o socialismo, mas sob o nome 'liberalismo', adotará todos os fragmentos do programa socialista até que um dia a América seja uma nação socialista sem saber que isso aconteceu". A profecia foi de Norman M. Thomas, líder do Partido Socialista dos EUA em um discurso de campanha de 1948. E ela pode se realizar!
Pesquisas recentes mostram que Bernie Sanders vem ganhando tração nas primárias democratas. A mídia mainstream tenta turbinar o nome de Elizabeth Warren, que tem copiado Sanders em várias bandeiras, cada vez mais radical. Mas Warren é falsa como uma nota de três dólares, inventou um passado indígena para tirar casquinha da política de identidade, mentiu sobre uma demissão por conta de gravidez, não convence ninguém.
Já Bernie é "the real thing". O homem, quando prega o socialismo, o faz do fundo do seu coração. São décadas, afinal, pregando a mesma coisa. Ele passou a lua de mel na então União Soviética! Ele nunca rejeitou abertamente os modelos socialistas, por mais que tente, hoje, vender-se como "social-democrata estilo escandinavo". O que Bernie deseja é oferecer tudo grátis sem explicar como pagar por isso: serão os "ricos", ora bolas!
Numa entrevista recente, o repórter o questionou sobre o custo estimado em $60 trilhões numa década de suas propostas, como saúde gratuita para todos, ensino idem, e "perdão" (calote) da dívida estudantil. Na mesma frase, numa distância de poucos segundos, Bernie disse que ninguém sabe o custo efetivo dessas mudanças, e logo depois disse que vai apresentar uma proposta embasada e com números, "claro".
Num comício recente, o embusteiro Michael Moore fez discurso a favor de Sanders, afirmando que representam a "resistência francesa" contra o nazismo (Trump). Moore rechaçou a ideia de que os Estados Unidos possuem uma democracia, já que o colégio eleitoral existe e quem recebe mais voto popular não necessariamente leva. Disse que não há liberdade no país, o mesmo que permitiu que ele ficasse multimilionário fazendo "documentários" mentirosos. Vai ver Cuba é melhor...
Alexandria Ocasio-Cortez também discursou em prol de Sanders, endossando a mensagem socialista. A base do Partido Democrata é cada vez mais radical à esquerda, pregando abertamente uma agenda coletivista e anticapitalista. Obama era um radical, mas perto dessa turma fica até parecendo um moderado, o que mostra como houve uma "revolução silenciosa" no partido.
Quem pode conter esse avanço, se a paixão é despertada pela militância engajada? Os velhos caciques, como Nancy Pelosi e Joe Biden, precisam se adaptar, acender velas para os extremistas. E Biden, que parece um tanto zonzo e perdido, não se mostra capaz de seduzir aqueles de quem precisa de apoio.
Eis que vamos nos aproximando do "caucus" em Iowa, a abertura oficial das primárias, e Sanders aparece com chances reais de liderar o processo. É tudo que Trump quer, claro. Disputar com "Crazy Bernie" é um prato cheio para o republicano, já que ele poderá ignorar seus defeitos e transformar o pleito num plebiscito sobre Sanders, não sobre ele mesmo. "A América nunca será socialista" é um slogan que passa a ter enorme peso.
Mas isso é bom para o país? Não é. O radicalismo crescente dos democratas assusta, e é provável que, diante da eventual derrota, eles concluam que faltou paixão, que é preciso radicalizar ainda mais. Não há clima para uma autocrítica dos democratas, que se recusam a compreender o fenômeno Trump. Ao contrário: eles têm dobrado a aposta, ao insistir de forma tão hipócrita num impeachment sem muito suporte, quase confessando abertamente que se trata de receio de nova derrota nas urnas.
Como foi que a política americana chegou a esse ponto? Sem perguntar isso e aceitar uma reflexão sincera, os democratas jamais entenderão como Trump foi eleito e provavelmente será reeleito. Um socialista na Casa Branca? O pesadelo pode se tornar real, o que é assustador. Para evitar tal destino sombrio, quem liga para certos comportamentos inadequados do magnata bufão?!
