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O papa Francisco, num documentário, falou sobre a convivência civilizada de homossexuais em suas famílias, e isso ganhou as manchetes da mídia, como se fosse uma defesa da união civil. Eis o que ele teria dito, na verdade:

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Os homossexuais têm direito a estar em família, são filhos de Deus. Não se pode expulsar uma pessoa de sua família ou tornar a vida impossível para ela. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil, para serem protegidos legalmente.

Quando as igrejas chilenas foram destruídas em incêndios terroristas, a imprensa não bateu no silêncio do papa, mas como essa fala, ainda que aparentemente distorcida, encaixa-se na narrativa progressista, virou destaque em tudo que é jornal.

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Em primeiro lugar, cabe ressaltar que Francisco falou como indivíduo ali, não como o papa, já que não era na posição ex-cathedra, do Supremo Pontífice lidando com os dogmas da Igreja Católica. Como indivíduo, Bergoglio tem direito a opinar sobre tudo, e significa apenas mais uma opinião.

Em segundo lugar, houve muita celeuma como se fosse uma fala revolucionária, mas na verdade não foi. O papa apenas admitiu que todo indivíduo é filho de Deus, criado à sua imagem (imago Dei), e que merece respeito e reconhecimento por isso. É o óbvio!

Ora, desde sempre a Igreja condena o pecado, mas poupa o pecador, quem pretende perdoar por meio do arrependimento sincero. E o papa não disse que o comportamento homossexual deixou de ser pecaminoso aos olhos da Igreja. Isso sim, seria revolucionário.

Já sobre a união civil, é curioso que a comunidade LGBT dê tanta importância ao que pensa o papa, já que os movimentos LGBT costumam detonar o cristianismo em geral e o catolicismo em particular.

Mas cabe destacar que uma coisa é união civil, um pacto do estado, e outra, bem diferente, é o casamento, o matrimônio sagrado, o que é da esfera religiosa e também das tradições históricas.

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Os progressistas seculares não defendem o estado laico, a divisão entre igreja e estado? Ora, então nada mais natural do que leis sobre união serem definidas pelo estado, mas questões de casamento ficarem a cargo da Igreja. O que parece absurdo é desejarem obrigar a Igreja por meio da coerção estatal a aceitar casamento entre homossexuais, o que seria uma invasão indevida do estado na religião.