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O presidente Lula.
O presidente Lula.| Foto: Ricardo Stuckert / PR

Não canso de me surpreender com o Brasil. Com a vida, na verdade. São tantas surpresas que ficamos exaustos. Por exemplo: "Brasil cai 10 posições em ranking de percepção da corrupção e tem 2ª pior colocação da história". De 180 nações pesquisadas, país figura na 104ª posição.

O índice obtido é igual ao de países como Argélia, Sérvia e Ucrânia. Quanto aos vizinhos na América do Sul e na América Central, o Brasil figura com uma avaliação pior do que a do Uruguai (com 76 pontos), Chile (66), Cuba (42) e Argentina (37).

Só os profetas clarividentes com bola de cristal poderiam antecipar um resultado desses após a elite escrever cartinha pela "democracia" e fazer o L, não é mesmo?

Segundo Guilherme Franca, da Transparência Brasil, a queda é “significativa”. “É um processo histórico que não está circunscrito a um ano apenas. Esse processo acontece a partir de investigações de policiais em que ficam evidentes grandes esquemas de corrupção no Estado brasileiro”, disse Franca. “Isso acaba gerando a percepção de que a corrupção aumentou, por ela estar mais evidente.”

Então quer dizer que recolocar o "ladrão na cena do crime", como diria Alckmin, acabaria enfraquecendo o combate à corrupção no país?

Como destaques negativos em 2023, a entidade chama a atenção para “o fortalecimento do chamado ‘Centrão’, através da adaptação e manutenção do esquema do orçamento secreto e loteamento de espaços de poder”.

A insegurança jurídica também é um entrave institucional para o combate à corrupção. O relatório da Transparência Brasil chama a atenção para uma decisão monocrática do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as provas obtidas por meio do acordo de leniência da Odebrecht. O despacho anulado por Dias Toffoli atinge diretamente a validade de uma série de processos que utilizaram peças obtidas no acordo.

Como pontos negativos, a Transparência Internacional lista ainda a nomeação de Cristiano Zanin, advogado pessoal de Lula, para a primeira vaga aberta no Supremo Tribunal Federal e a opção do presidente por ignorar a lista tríplice da categoria na escolha de Paulo Gonet como novo procurador-geral da República. Também critica a pressão do governo pelo afrouxamento da Lei das Estatais.

Como eu disse no começo, quanta surpresa! Então quer dizer que recolocar o "ladrão na cena do crime", como diria Alckmin, acabaria enfraquecendo o combate à corrupção no país? Então quando o STF declara guerra à Lava Jato, principal operação de combate aos corruptos, isso produz... mais corrupção?

Resgatar a turma responsável pelo mensalão e o petrolão e colocá-los no comando das estatais ameaça a governança das empresas estatais? Sério?! São tantas surpresas que ficamos atônitos. O que mais vão dizer? Que se colocarem um alcoólatra para cuidar de um bar vai haver consumo indevido das bebidas? Que se alguém casar com uma quenga aumentam as chances de ele ser traído?

O Brasil gera muita perplexidade, pois é imprevisível. Só os profetas clarividentes com bola de cristal poderiam antecipar um resultado desses após a elite escrever cartinha pela "democracia" e fazer o L, não é mesmo? O restante está como certo jornal tucano, que nos garante que a agenda imposta por Lula não foi a vencedora no pleito. Esperavam um Mandela pacificador com um Arminio Fraga no comando da economia, não se sabe ao certo por qual motivo. E agora estão decepcionados, assustados. Mas que surpresa!

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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