Comentário no Jornal da Manhã de hoje:
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse nesta sexta-feira que seu sonho como liberal seria ver o fim das empresas estatais no Brasil. No comando da maior estatal brasileira, ele disse que gostaria de ver a Petrobras “privatizada” e o BNDES, “extinto”. Mas reconheceu que “nem sempre se pode ter tudo”, ao citar uma música da banda britânica The Rolling Stones.
— Temos um programa agressivo de desinvestimentos. Nos primeiros quatro meses (do ano) realizamos US$ 10 bilhões com a venda de ativos e vamos fazer muito mais que isso. Em 12 meses, teremos de três a quatro vezes esse valor, mas isso vai depender da velocidade que consigamos imprimir. A posição da Petrobras, com 98% do refino, é um absurdo. Vamos vender e tirar qualquer tentação para exercício de monopólio. E, de saída, ter menos de 50%.
Rubem Novaes, que comanda o Banco do Brasil, também pensa da mesma forma, e ambos estão alinhados com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que por sua vez convidou o empresário Salim Mattar para liderar o processo de desestatização. É um “dream team” liberal, paradoxalmente controlando estatais, só porque não há viabilidade política, por enquanto, para vende-las. Mas a intenção do grupo de liberais é clara: tornar essas empresas mais enxutas, reduzir seu escopo, introduzir práticas de mercado.
E por que não é possível privatizar BB, Caixa e Petrobras? Em primeiro lugar, porque se alega que a população brasileira não seria favorável a isso. Mas há controvérsias. Houve muita resistência organizada em todas as privatizações, mas duvido que o povo consumidor deseje a volta da Telebras, por exemplo. Em segundo lugar, o próprio presidente Bolsonaro não é um verdadeiro defensor desse caminho liberal. Com sua mentalidade militar, ele enxerga valor estratégico para essas empresas estatais, o que é um equívoco. Mas se não for nessa administração, a despeito da fantástica equipe liberal, então algum outro governo, efetivamente liberal, levará adiante essa agenda. Privatize Já!
Rodrigo Constantino
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