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Comentário de hoje no Jornal da Manhã:

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Entre o pragmatismo e o idealismo, eis como um analista independente se sentiu após o resultado da eleição para a presidência do Senado. Derrotar Renan Calheiros é algo que qualquer brasileiro decente tem obrigação de festejar. Mas enquanto os mais puristas ficam apenas nessa primeira emoção, aqueles com horizonte mais longo refletem qual o custo dessa derrota do Mumm-Rá. Seria uma vitória de Pirro do governo? Ter em alguém como Renan um inimigo declarado, ele que é situação há quatro décadas, vai fazer bem para o andamento da pauta de reformas?

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A pergunta simples é: o ministro Paulo Guedes ficou contente com o resultado? Sabemos que ele gostou da vitória fácil de Rodrigo Maia para a Câmara. Mas e quanto ao Senado? Ver Renan atropelado pelo time de Onyx Lorenzoni não deve ter despertado no ministro muitos suspiros de alívio. Sua prioridade é aprovar as reformas econômicas, em especial a da Previdência. Isso agora ficou mais fácil ou mais difícil?
Fazer análise, deixando emoções de fora, é o que diferencia o analista do torcedor. O candidato do governo, senador do baixo clero, venceu com votos de partidos que não necessariamente estarão juntos na hora de votar as reformas. Já o MDB… como fica agora? Quanto de influência Renan ainda tem sobre o partido? Eis o que vamos descobrir em breve.
Mas essas disputas internas do PSL e da base do governo demonstram como ainda está em aberto essa questão. A lógica de Onyx nessa articulação foi de montar uma maioria ou de mostrar a sua força pessoal? Sem maioria não há reformas, simples assim.
Derrotar Renan, repito, é notícia que todo brasileiro decente deve celebrar. Mas o analista vai um passo além e pergunta: o custo terá sido alto demais? O tempo dirá…
Rodrigo Constantino
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