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Comentário no Jornal da Manhã de hoje:

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Pois é: o normal em países desenvolvidos é o negócio se meter na política, mas no Brasil a política virou o grande negócio. O Estadão estampou em sua capa esses dias que o dinheiro público destinado aos partidos políticos cresceu quase 500% desde 1996. O Fundo Partidário, que atingirá montante próximo a R$ 1 bilhão no próximo ano, foi engordado nas últimas décadas ao mesmo tempo em que o número de siglas no País se multiplicava.

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Em 2019, 30 partidos ganharam nas urnas o direito de terem representação na Câmara dos Deputados, batendo mais um recorde. Há 23 anos eram 19 legendas com assento no Congresso.

O motivo parece evidente, já que não existem mais de 30 ideologias: o mecanismo de incentivos. Todos querem criar um partido, uma sigla fisiológica, para abocanhar esses recursos públicos. É a estatização da política.
A única solução? O fim do fundo partidário e do horário eleitoral “gratuito”. Aí os partidos vão ter que sobreviver só da contribuição de filiados, e para isso terão de entregar resultados. Não haverá mais partidos comunistas que fazem traço nas urnas, mas se tornaram ótimos negócios para seus “donos” capitalistas. A melhor representatividade vem da necessidade de efetivamente representar parcela significativa da população. E isso não tem nada a ver com etnia, renda ou gênero, e sim com ideias e valores.
A cláusula de barreira ajuda, mas acaba concentrando os vastos recursos em poucos partidos, controlados por caciques. A melhor resposta é mesmo retirar o estado do caminho e deixar cada partido se sustentar por conta própria e de forma voluntária.
Rodrigo Constantino