Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Você realmente quer ser livre?

Ouça este conteúdo

Por Vander Giubert, publicado pelo Instituto Liberal

Essa pergunta não é simples de ser entendida, nem de fácil resposta; mas, ainda que brevemente, tentarei ajudar o leitor nesse hercúleo trabalho. Então, sem mais delongas, você realmente quer ser livre ou apenas se utiliza do vernáculo “liberdade” para a adequação do seu ego social ao discurso do fácil, bonito e politicamente correto?

A princípio, é preciso delimitar o recorte semântico do que se entende por liberdade no presente contexto. Quando falo em liberdade, quero dizer que o indivíduo livre é responsável. Responsabilidade pressupõe liberdade, de forma que as consequências pela tomada de uma decisão ou a prática de um ato por determinada pessoa livre serão, só e unicamente, responsabilidade dela. Isso porque, se ela é verdadeiramente livre, ninguém pode forçá-la à prática de qualquer atitude que seja, de modo que a decisão pelo agir ou pela inércia somente poderá ser imputada ao praticante. Pressupõe-se, da mesma forma, que tal agir se encontra afastado de coerção, violência ou compulsão iniciada por outro.

Logo, consequência direta de uma maior carga de liberdade é o aumento da responsabilidade individual, visto que uma é inerente à outra. Entretanto, com frequência, tenho deparado, sobretudo nas redes sociais, com indivíduos que defendem (ou pensam defender) maior liberdade quando, na verdade, o que buscam é maior irresponsabilidade. Explico.

A primeira pergunta que esses indivíduos costumam se fazer é a seguinte: posso culpar alguém, ou dividir a culpa, pelo meu prejuízo (físico, moral, financeiro, social, amoroso etc.)? Uma resposta que evoca sempre as consequências como resultados de condutas de terceiros tende, ao mesmo tempo, a oferecer o alívio psicológico da carga que a responsabilidade impõe ao indivíduo, mas também funcionar como um inibidor da liberdade, pois deixa a cargo de outrem a responsabilidade pelas falhas individuais.

Obviamente, para que a liberdade seja perfeitamente exercida, é preciso garantir a clareza e o máximo possível de veracidade das informações, de modo que os indivíduos possam ter acesso às mesmas e, assim, exercer seu juízo de valor frente às atitudes que venham a tomar. Não estou negando aqui que certas diferenças (raciais, de gênero ou de condição financeira) influem na facilidade ou dificuldade com que o indivíduo tem acesso à informação ou na sua inserção no mercado de trabalho e na sociedade. Não é esse o tema da discussão. O que se propõe é que, cada vez mais, possamos nos responsabilizar pelas consequências de nossas atitudes, tornando-nos cada vez mais livres. A liberdade trará, como um feliz subproduto, maior igualdade na linha de saída, mas nunca igualdade na linha de chegada.

A liberdade não deve ser a arma de um discurso utilizado por demagogos e populistas para ganhar a predileção do povo ou do seu semelhante; tampouco deve ser apenas uma prescrição de política econômica. Se você age de tal forma, ainda que em um ambiente de informalidade, comece a repensar se o que você realmente deseja é a sua liberdade e a de seu vizinho. A liberdade deve ser vista como uma filosofia moral universalista e uma proposta ética que valoriza o indivíduo e suas escolhas acima de grupos específicos de qualquer natureza ou do próprio interesse do Estado. Não existe liberdade pela metade!

*Vander Giubert é associado do Instituto Líderes do Amanhã.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.