O governador do Rio Wilson Witzel acordou cedo hoje com a Polícia Federal em sua porta, por conta da operação Placebo, que investiga suposta corrupção na compra de equipamentos hospitalares em meio à pandemia. Se Witzel acabar preso, será uma tradição do estado, que desde Garotinho até Pezão, passando por Rosinha e Cabral, teve todos os governadores atrás das grades.
Há indícios claros de desvios, um empresário preso antes tinha contrato com a esposa do governador e pagamento realizado segundo um celular apreendido, e a recontratação de denunciado por esquema pelo governador já era forte símbolo de cumplicidade. Mas claro: tudo terá de ser devidamente provado pela Justiça.
Ao julgar pelas postagens dos "radicais de centro" antibolsonaristas, porém, parece que a verdadeira notícia não é o mandado de busca no Palácio estadual, e sim o fato de a deputada Carla Zambelli ter "antecipado" a operação. Nossos "liberais" preferiram dedicar energia a isso, especialmente após o presidente Bolsonaro elogiar a PF pela operação. Foi o caso da garotada do MBL:
Não é preciso ser vidente; bastava não estar dedicando 100% da energia à missão de derrubar o presidente. Aí os jovens tucanos perceberiam que há muitos indícios suspeitos em vários governos estaduais. Como alertou Roberto Jefferson, o Covidão vem aí...
Foi também o caso da jornalista mais militante contra o governo. Vera Magalhães levou uma bordoada justa do professor Ubiratran Iorio por conta de suas insinuações:
Novamente: qual a surpresa? Era óbvio que governadores seriam alvos de operações da polícia por conta dessa pandemia, que deu o pretexto perfeito aos corruptos para inflar gastos e receber propinas. Muitos já falavam abertamente disso, e os fatos apontavam diretamente para o Rio:
A deputada estadual Janaina Paschoal, que vem criticando bastante o presidente e chegou a pedir sua renúncia, saiu em defesa da deputada, alegando o óbvio: não era preciso ter qualquer informação privilegiada para antecipar algo dessa natureza. Mas Janaina não pode ser independente, pelo visto. Basta ela não concordar com os "radicais de centro" que logo vira "gado" bolsonarista:
Não adianta: se você discordar uma vírgula daqueles que vivem para odiar o presidente, então isso só pode ser prova de que você se vendeu ou ficou cego. Não passa pelas suas cabeças que eles podem estar cegos de tanto ódio patológico, incapazes de qualquer análise imparcial.
Quando Witzel comemorou a morte do bandido sequestrador pelo sniper, naquela saída do helicóptero, certos "jornalistas" ficaram enojados e o detonaram. Ele ainda era meio bolsonarista ali. Hoje, quando ele é alvo de operação da PF, esses mesmos "jornalistas" quase o defendem, só para atacar Bolsonaro. Mesmo com o governador nos holofotes da polícia, o foco dessa gente continua sendo o presidente, e alguns dão palanque para a vitimização de perseguido de Witzel:
Mas se você aponta para essa incoerência e para essa visível tara, você é misógino, quando o alvo é mulher. Quando o alvo é homem, o discurso muda: você vira vendido ou gado cego. Não há qualquer possibilidade de você simplesmente ser um patriota independente que enxerga prós e contras no governo e que, diante do escancarado oportunismo dos opositores, fica bastante receoso com essa verdadeira obsessão dos antibolsonaristas fanáticos.
É irônico que essa seja a mesma postura tão atacada por eles nos bolsonaristas mais fanáticos. Sempre que há alguma suspeita envolvendo algo do governo, eles tentam redirecionar a atenção para fora. Mas não é exatamente isso que os antibolsonaristas fazem? Não dão sempre um jeito de só atacar Bolsonaro?
PS: Desnecessário dizer que se a deputada bolsonarista teve mesmo alguma informação privilegiada, isso deve ser apurado e eventualmente punido. Mas é uma prioridade bem estranha essa num momento em que o governador do segundo estado mais importante do país, e também segundo em quantidade de casos na pandemia, é alvo de uma operação policial por suspeita de corrupção.
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