Após um almoço no fim de fevereiro entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o secretário de Relações Internacionais da capital paulista, Aldo Rebelo, o nome do ex-comunista ganhou força na briga para ser vice na chapa da situação.
Apesar de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser o responsável pela indicação do vice na chapa de Nunes - tendo escolhido o coronel Mello Araújo, ex-comandante do batalhão da Polícia Militar Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) - aliados acreditam ser possível reverter a decisão e colocar Rebelo no páreo para a disputa.
Aldo Rebelo foi filiado por cerca de 40 anos ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), além de ter sido ministro dos governos Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT). Para alguns secretários de Nunes e parte da base aliada na Câmara dos Vereadores, Rebelo colocaria o nome do prefeito e pré-candidato à reeleição mais ao centro. Além de, em um eventual segundo turno com Guilherme Boulos (Psol), angariar os votos da deputada federal Tabata Amaral (PSB).
Paralelamente, o nome de Mello Araújo é visto com resistência pelo atual escalão da prefeitura de São Paulo. O ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) nunca disputou uma eleição e, para alguns, terá dificuldades de entrar em comunidades para pedir voto a Nunes.
Caso Aldo Rebelo seja o escolhido para vice, o secretário terá que deixar o cargo até 6 abril, ou seja, ficando menos de três meses à frente da pasta de Relações Internacionais, que assumiu após a saída de Marta Suplicy (PT). A petista deixou o cargo para ser vice de Boulos.
Outra questão que Aldo Rebelo terá de resolver é o partido. Ele está licenciado do PDT, partido que anunciou apoio a Boulos na corrida para a prefeitura de São Paulo e deve escolher uma entre as sete legendas que anunciaram apoio a Nunes: Avante, Agir, Solidariedade, PL, PP, Republicanos e PSD.
Segundo apuração da Gazeta do Povo, o caminho mais provável para Rebelo é a filiação ao partido de Gilberto Kassab, o PSD.
No último dia 8, durante inauguração de um centro para mulheres em situação de vulnerabilidade na zona norte, Nunes elogiou Rebelo e disse que seria um bom nome para vice. “Aldo Rebelo agrada a todos. Se ele sentar aqui para conversar com a gente, ele vai agradar a todos, porque é um cara ponderado e democrático. O Aldo foi vereador e isso é algo que pesa bastante positivamente. É uma pessoa que tem experiência nacional, visibilidade muito positiva internacional e é do diálogo. A gente precisa muito disso”, afirmou o prefeito.
Com passado comunista, Rebelo tenta se aproximar da direita em São Paulo
Aldo Rebelo presidiu a Câmara dos Deputados entre 2005 e 2007, quando manteve boa relação com Bolsonaro. Além disso, tem um bom diálogo com as forças de segurança e o agronegócio, dois setores mais alinhados com a ala da direita. Aldo também ganhou pontos com a direita quando classificou o julgamento do 8 de janeiro como “fantasia para legitimar a polarização no país”.
“Não se pode atribuir nenhum tipo de seriedade à tentativa de golpe alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal”, disse ele em vídeo compartilhado por Bolsonaro nas redes sociais.
O ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, elogiou Rebelo quando ele foi escolhido para substituir Suplicy na prefeitura. "É uma boa opção de nome, impecável. Ele defende as nossas pautas, como direito à defesa, respeito à propriedade privada. Aldo traz musculatura numa eleição difícil e todo mundo que venha a somar com força é bem-vindo", afirmou Wajngarten à Folha de S. Paulo após decisão de Nunes em 18 de janeiro.
Bolsonaro confirma preferência de Mello Araújo como vice de Nunes
Apesar da boa relação entre Bolsonaro e Rebelo, aliados do ex-presidente admitiram à Gazeta do Povo que ele tem receio de escolher alguém não tão ligado aos seus ideais e ser traído, como aconteceu com o ex-governador João Doria (sem partido).
Além disso, há um acordo que perdura há anos na capital paulista entre o MDB, partido de Nunes, e o PL. Caso Nunes escolha alguém fora do PL, a aliança pode implodir e, com ela, o apoio de Bolsonaro.
A confirmação oficial sobre a escolha para vice de Nunes deve ocorrer em abril. A reportagem da Gazeta do Povo procurou Aldo Rebelo, mas ele preferiu não se pronunciar sobre a possibilidade de ser vice nas eleições de 2024.
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