Na véspera da retomada do julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode torná-lo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com a bancada do Partido Liberal (PL) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Durante a manhã desta segunda-feira (26), o encontro reuniu 36 deputados, entre federais e estaduais, alguns vereadores, o ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações Fabio Wajngarten e o presidente do partido Valdemar da Costa Neto.
A reunião aconteceu a portas fechadas e, entre os assuntos abordados, um dos destaques foi o alinhamento da direita no âmbito federal e estadual, conforme apurou a reportagem da Gazeta do Povo. Bolsonaro pediu para que “todos falem a mesma língua”, embora em Brasília o partido seja da oposição ao governo Lula e, em São Paulo, a bancada seja a base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Bolsonaro também enfatizou a importância dos parlamentares fomentarem as filiações ao PL, com a perspectiva de aumentar o número de cadeiras nas Câmaras de Vereadores e, também, ter maior presença nas Prefeituras dos principais municípios de São Paulo. O partido faz uma grande ação de filiação na zona sul da capital paulista, capitaneada pelo líder da Câmara Municipal de SP, Isac Félix, de olho na eleição de 2024.
De acordo com parlamentares que participaram da reunião na Alesp, o encontro também serviu como termômetro para sondar possíveis nomes para a prefeitura de São Paulo no próximo pleito eleitoral.
Fábio Wajngarten ganha força na ala ideológica para a eleição em SP
Ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações e ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten é o nome que mais vem ganhando espaço para a corrida eleitoral em São Paulo. Wajngarten começou a ser cogitado após a desistência do deputado federal Ricardo Salles (PL). Na avaliação de Valdemar e de outros membros do PL, Wajngarten tem menos rejeição do que Salles.
Considerado um dos aliados mais próximos de Bolsonaro, o ex-chefe da Secom larga na frente da disputa para a corrida eleitoral na capital paulista. Bolsonaro tem receio das recentes traições que sofreu. Com Wajngarten isso não ocorreria, de acordo com a ala ideológica do partido. Para alguns deputados, Wajngarten representa mais os anseios da direita e agrada os principais nomes do partido em Brasília, como a deputada Carla Zambelli (PL) e os filhos do ex-presidente Bolsonaro.
Após a reunião na Alesp, Bolsonaro concedeu uma entrevista coletiva rápida aos jornalistas. Questionado sobre o apoio em São Paulo, ele desconversou. “Aqui temos um excesso de candidatos”, respondeu, sem demonstrar qualquer tipo de preferência.
PL abre as portas para Ricardo Nunes
Outro nome que apareceu na reunião é o do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Ele pode migrar do MDB para o PL. Com isso, o partido teria apenas que indicar um vice para a chapa. Valdemar já abriu as portas da sigla para o prefeito.
Essa opção tem sido muito discutida dentro do PL. Trata-se de uma tentativa de não fragmentar os votos da direita e da centro-direita, o que poderia facilitar o caminho do candidato da esquerda, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
O senador Marcos Pontes (PL) também está sendo cogitado para a disputa na eleição de SP. Ele é um dos nomes que, de acordo com o partido, apresenta baixa rejeição. Fontes ouvidas pela Gazeta do Povo acreditam, no entanto, que o senador corra por fora nesta disputa. Ele é visto com bons olhos por Bolsonaro para compor uma chapa, sendo vice de alguém.
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