Trecho da rodovia SP-075, conhecida como “Castelinho”, faz parte da Rota Sorocabana.| Foto: Divulgação / Governo do Estado de São Paulo
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A empresa CCR S.A. arrematou, em leilão realizado na tarde desta quarta-feira (30) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), a concessão da Rota Sorocabana. O contrato de concessão valerá por 30 anos e inclui doze rodovias. O vencedor foi decidido pela maior outorga ao Estado de São Paulo, e o lance vitorioso foi da CCR S.A. no valor de R$ 1,.601 bilhão – um ágio de 267.835,55% sobre o valor de referência do lote, que era de R$ 597,5 milhões.

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Além da vencedora, também participaram do leilão a Infra BR V Missouri Holding III S.A., a EPR 2 Participações S.A e a EcoRodovias Concessões e Serviços S.A. – esta última foi qualificada para a etapa de leilão viva-voz com a CCR.

Ambas as empresas se alternaram na liderança do pregão por 25 vezes. À exceção do primeiro lance, a EcoRodovias aumentava sua oferta em degraus de R$ 10 milhões. A CCR, por sua vez, acrescentava R$ 1 milhão à proposta da oponente. Com isso, o lance inicial da CCR saltou de R$ 1,450 bilhão para R$ 1,601 bilhão após a EcoRodovias ter feito sua última oferta, de R$ 1,6 bilhão.

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Veja detalhes do projeto de concessão da Rota Sorocabana

A Rota Sorocabana passa por 17 municípios paulistas e é formada por doze rodovias: SP-280, SP-075, SPI-091/270, SPI-087/270, SPI-060/270, SP-270, SP-079, SPA-053/280, SPA-103/079, SPA-104/079, SP-264 e SPA-160/250. Ao todo, a concessão abrange 460 quilômetros de estradas. O projeto inclui 94 quilômetros de duplicação de rodovias e 197,5 quilômetros de faixas adicionais, simples e duplas, com investimentos estimado em R$ 1,15 bilhão. O investimento total previsto para os próximos 30 anos é de R$ 8,7 bilhões.

Para a SP-250 (Rodovia Bunjiro Nakao), entre os municípios de Vargem Grande Paulista e Piedade, está prevista a duplicação da via, totalizando 48,2 km. Também serão construídas 35,7 km de faixas adicionais em pista simples no trecho seguinte da rodovia, com 6 km em Piedade, 21,4 km em Pilar do Sul e 8,1 km em São Miguel Arcanjo.

A SP-079 (Rodovia Tenente Celestino Américo), que é tratada no projeto da concessão como uma alternativa de acesso à Régis Bittencourt, receberá 24,3 km de duplicação, sendo 5,5 km em Sorocaba, 12,9 km em Votorantim e 5,9 km em Piedade. No trecho seguinte, que cruza a Serra de Tapiraí, contará com 40,2 km de faixas adicionais em pista simples, com 7,3 km em Piedade e 32,9 km em Tapiraí.

No trecho de serra, serão implantadas correções de curvas, nova iluminação e uma rampa de escape para dar maior segurança. Em Juquiá, serão 15 km de faixas adicionais em pista simples que ajudarão a melhorar o tráfego de veículos e caminhões.

A Rodovia Raposo Tavares, na região de Sorocaba, receberá 46,7 km de faixas adicionais em pista dupla, das quais 12,8 km serão implantadas em Vargem Grande Paulista e 28,6 km em Sorocaba, aliviando o trânsito e reduzindo congestionamentos nos trechos em que a estrada cruza a mancha urbana dos municípios.

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A Castelinho (SP-075) terá 31,3 km de faixas adicionais em pista dupla entre Sorocaba e Itu, enquanto a Rodovia Castello Branco (SP-280) receberá 43,4 km de faixas adicionais em pista dupla, divididos entre São Roque e Mairinque (25,5 km) e em Itu (17,9 km).

Na SP-264 (Rodovia João Leme dos Santos) haverá 4,1 km de duplicação em Salto de Pirapora. Além disso, serão realizadas duplicações de 3,3 km na Avenida Antônio Fauci em Ibiúna, 2,5 km na SPA 103/079 em Votorantim e 11,6 km na SPA 104/079 em Salto de Pirapora, com o objetivo de otimizar a fluidez do tráfego local.

CEO da CCR tratou Rota Sorocabana como "ativo estratégico" para o grupo

Na cerimônia de batida do martelo, o CEO da CCR, Eduardo Siqueira, elogiou a disputa acirrada pela concessão da Rota Sorocabana, considerada por ele como “um ativo estratégico para o grupo CCR”. O trecho concedido conta com rodovias que são operadas pelo grupo por meio da concessionária da ViaOeste, cujo contrato está perto de ser encerrado.

“Temos muito conhecimento de causa aqui, operamos este ativo desde 2005, então conhecemos bem a região. Estamos comprometidos com o desenvolvimento de São Paulo, e esta concessão vai trazer inúmeros benefícios a toda essa região”, avaliou.

Secretário de Parcerias agradeceu participantes do leilão

O secretário de Estado de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, agradeceu a participação dos concorrentes e lembrou que há tempos não via uma disputa tão acirrada por uma concessão de rodovias na B3.

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“Esse resultado mostra que a decisão do governo de melhorar o arcabouço regulatório do estado trouxe benefícios. Ontem economizamos [no leilão da construção de novas escolas, vencido pelo Consórcio Novas Escolas Oeste SP], hoje trouxemos mais de um bilhão e meio para o Estado”, comemorou.

Concessão vai trazer segurança para os usuários das rodovias

Para a secretária de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende, o programa de parcerias desenvolvido pelo Governo do Estado vai se reverter em investimentos, melhorias e segurança para os usuários das rodovias da Rota Sorocabana.

“O que o estado quer fazer é isso, é trazer eficiência, prestando um serviço com cada vez mais qualidade aos usuários. Seja por meio do DER ou das concessões, a gente quer dar mais segurança e qualidade. Além disso, são projetos que cada vez mais levam em conta a parte de resiliência”, ponderou.

Concessão da Rota Sorocabana faz parte de legado, avalia Tarcísio

Por fim, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) avaliou que “a participação da nata das concessionárias é um sinal de prestígio e confiança”. Segundo o governador, a concessão da Rota Sorocabana fará parte de um legado que está dando condições de investimento ao estado.

“É um programa que vai gerar 10 mil empregos diretos. Além dos usuários das rodovias, quem vai se beneficiar são aqueles trabalhadores que vão conseguir um emprego para sustentar suas famílias. Nosso programa de parcerias representa meio trilhão [de reais] em investimentos, e deste total 340 bilhões a gente já contratou. A maior farte foi com a privatização da Sabesp, e isso nos permite sonhar com a despoluição do Tietê e do Pinheiros, que nasce a partir desse legado”, completou.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]