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Risco de racionamento
Apagão deixou casas sem energia por até uma semana e culminou na saída do presidente da Enel no Brasil| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Alvo de críticas desde o mês de novembro pelos apagões em São Paulo e a longa espera dos usuários para o restabelecimento do serviço após as tempestades na capital, a concessionária Enel é considerada a maior responsável pelas quedas de energia elétrica para a maioria dos paulistanos, segundo a pesquisa do Datafolha publicada neste domingo (17).

De acordo com o levantamento sobre os principais problemas da cidade, 62% dos moradores de São Paulo consideram que a concessionária é responsável pelo corte do fornecimento do serviço, que ficou entre as três principais queixas dos paulistanos.

Conforme o Datafolha, 78% dos entrevistados colocaram as quedas de energia entre os principais problemas da cidade, menos lembrado apenas que “buracos no asfalto”, resposta de 84% dos participantes da pesquisa. A presença de usuários de drogas fecha a lista dos três maiores problemas na capital, com 74%.

O Datafolha entrevistou 1.090 moradores com 16 anos ou mais em todas as regiões da cidade nos dias 7 e 8 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Apesar da concessão do serviço de energia elétrica ser de responsabilidade da União com regulação e fiscalização dos estados, a prefeitura de São Paulo foi lembrada por 18% dos entrevistados que apontaram as quedas de energia como um dos maiores problemas enfrentados pelos paulistanos. Em seguida, os governos do estado e federal aparecem como principais responsáveis, respectivamente, com 7% e 4% das respostas.

Em novembro, após a tempestade com queda de árvores em cabos elétricos, que provocaram o corte da energia elétrica em mais de 4 milhões de unidades no estado por até uma semana, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) chegou a declarar que iria entrar na Justiça para suspender o contrato de concessão, medida mais drástica e também a mais remota na avaliação de especialistas.

No mesmo mês, a Enel foi multada em R$ 12,7 milhões pelo Procon de São Paulo e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa, que foi aberta antes do apagão do dia 3 de novembro, teve os trabalhos intensificados com depoimentos dos representantes da empresa italiana no Brasil. O episódio culminou na saída do presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno.

Em fevereiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) multou a concessionária em R$ 165,8 milhões pela demora excessiva no restabelecimento da energia elétrica em ocorrências registradas nos últimos anos na região da Grande São Paulo.

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