A Defensoria Pública de São Paulo e a ONG Conectas Direitos Humanos entraram com uma ação civil pública nesta segunda-feira (4), pedindo que o Tribunal de Justiça obrigue o governo paulista a colocar câmera em todos os policiais envolvidos na Operação Escudo. Caso isso não seja possível, as instituições solicitam o fim imediato da operação na Baixada Santista, litoral sul de São Paulo.
A reportagem da Gazeta do Povo teve acesso à ação, que contém mais de 50 páginas. Nela, a Defensoria e a Conectas ressaltam que, em pouco mais de um mês, são 27 mortos em confronto com a Polícia Militar. O documento também afirma que “a Operação Escudo já é considerada a segunda mais letal no estado depois do Massacre do Carandiru”.
A Defensoria Pública chegou a pedir o fim da operação em outros momentos e acionou o Conselho Nacional de Direitos Humanos alegando tortura, uso excessivo da força, destruição de residências, assassinatos sumários e caracterizando a ação policial como “a chacina do Guarujá”.
O órgão diz na ação que, mesmo com 27 mortes, “em apenas uma ocorrência há menção de um policial militar ferido e nenhuma outra traz qualquer referência a viaturas atingidas por disparo de fogo", argumenta a Defensoria.
O documento relata várias situações descritas como abuso de poder por parte das forças de segurança. “A postura adotada pela administração pública estadual em relação ao uso das câmeras corporais durante a Operação Escudo reforça o cenário de violações de direitos", afirma o pedido.
A ação pública diz que a Operação Escudo foi motivada por “vingança institucional”, referindo-se ao assassinato do soldado da Rota Patrick Reis, em 27 de julho, enquanto realizava patrulhamento na Vila Zilda, no Guarujá.
A Defensoria Pública critica não ter tido acesso às imagens das câmeras corporais disponíveis dos policiais, pontuando que fez requerimentos para o governo do Estado com a solicitação.
Números da Operação Escudo
De acordo a Secretaria da Segurança Pública do estado de São Paulo, a Operação Escudo prendeu 544 pessoas, sendo 204 procurados pela justiça. Mais de 70 armas ilegais foram recuperadas, além da apreensão de aproximadamente 900 quilos de drogas, entre maconha, cocaína, crack e k9.
Segundo fontes do órgão estadual, o prejuízo para o crime organizado supera a casa de R$ 1 bilhão, com a Operação Escudo em andamento, há pouco mais de um mês no litoral sul de São Paulo.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião