Deputados estaduais e federais de São Paulo estão denunciando o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, por perseguição a Danilo Campetti, agente da Polícia Federal (PF). Ele pode ser mandado embora da PF por ter utilizado o distintivo da corporação durante uma troca de tiros na campanha de 2022, na favela do Paraisópolis, na capital paulista. Para especialistas, a medida é arbitrária e o procedimento de identificação é padrão.
Danilo Campetti, ex-assessor do governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi afastado preventivamente da Polícia Federal. Ele foi retirado da equipe do governador pela corporação, após ser aberto um procedimento para investigar um suposto uso irregular do distintivo da PF. Campetti foi candidato a deputado estadual por SP em 2022, mas não se elegeu.
O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolou um requerimento na Câmara dos Deputados solicitando explicações de Flávio Dino sobre o afastamento temporário do agente. O requerimento foi aprovado pela Casa e agora segue para o ministério.
Logo após a aprovação do requerimento, Bilynskyj conversou com exclusividade com a Gazeta do Povo. O parlamentar enfatizou a perseguição da pasta com o agente Campetti. “O diretor da PF retirou a arma, distintivo e o afastou do cargo. A justificativa para a abertura do processo foi de que ele teria utilizado o logo da PF para promover o governador. A questão é que, se ele não tivesse utilizado, ele poderia ser confundido na troca de tiro. É necessário esse elemento de identificação, além de ser um procedimento padrão. Certeza absoluta que estão perseguindo ele”, disse o deputado.
Para Bilynskyj, a decisão de desarmar o agente federal não tem embasamento legal. “Você só desarma um policial quando ele representa alguma ameaça. Qual a ameaça que o Danilo Campetti representa? Durante a minha campanha, o diretor-geral da PF me desarmou por conta de uma matéria que dizia que eu era antidemocrático”, protesta o parlamentar.
“A decisão de desarmar o Campetti é porque foi ele quem prendeu o Lula (PT). Agora todo mundo sabe que ele não tem uma arma para se defender. Isso coloca a vida dele em risco”.
Deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP)
O deputado estadual Tenente Coimbra (PL) também conversou com a Gazeta do Povo e disse que há, claramente, um problema pessoal. “É nítido uma perseguição do ministro da Justiça, Flávio Dino. Ele precisava se identificar como policial para não ser confundido. É um absurdo o que está acontecendo, já haviam perseguido ele retirando-o do cargo no Governo do Estado, então mandaram ele voltar para a corporação e agora querem prejudicá-lo com objetivo de perseguição política clara”, disse Coimbra.
Major Mecca (PL), deputado estadual e presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de SP (Alesp), também denunciou o ato político de Flávio Dino. “Diante da possível exoneração do agente Danilo Campetti, percebo claramente indícios de motivação política por trás dessa decisão. Seu histórico de profissionalismo incontestável fica em contraste com as indicações de que o governo federal possa estar contemplando uma retaliação, possivelmente motivada pelas discordâncias de Campetti com pautas defendidas pelo governo atual”.
Outro parlamentar que se manifestou nas redes sociais em defesa do agente federal foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Repudio a perseguição de Flávio Dino com Danilo Campetti. Só porque ele fez a condução coercitiva do Lula. Ele ajudou na defesa do então candidato Tarcísio de Freitas e na retirada de civis inocentes de dentro de um prédio e para se identificar como policial já que estava com uma arma na mão, ele colocou o distintivo e por isso estão perseguindo ele. E pasmem não querem dar uma advertência ou suspensão, querem expulsá-lo”, afirmou Bolsonaro.
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