A cerca de oito meses das eleições municipais, o PSDB, partido que já teve em São Paulo o seu principal colégio eleitoral, permanece dividido, sem propostas claras para a cidade e nem mesmo nomes fortes que despontem como potenciais candidatos para disputar as urnas.
A sigla ainda sofre as consequências da meteórica passagem do ex-governador João Dória, que se desfiliou em 2022 por não ter conseguido apoio para a candidatura à Presidência da República. Desde então, o partido não conseguiu estabelecer uma nova figura que traga de volta o protagonismo que teve por mais de 20 anos no estado de São Paulo.
Foi por esse motivo que nomes como Orlando Faria, por exemplo, ex-presidente municipal do PSDB em São Paulo, estão pensando em deixar a sigla, a depender do seu posicionamento nas próximas eleições. Faria deixou a presidência do partido na cidade há cerca de duas semanas por "questões profissionais" e logo após aceitou o convite para ser coordenador político da campanha da pré-candidata Tabata Amaral (PSB).
A adesão dele à Tabata mostra a falta de convicção no reerguimento do partido. "Eu aceitei o convite dela porque acho que essa questão da candidatura própria do PSDB não será resolvida tão cedo. Não está fácil", disse Faria à Gazeta do Povo. O ex-vereador e ex-secretário municipal Andrea Matarazzo (PSD), que saiu do PSDB em 2016, é o principal nome cogitado para a prefeitura de São Paulo.
"Ele chegou a ser sondado e parece que toparia voltar para o partido e disputar as eleições caso algumas condições sejam cumpridas. Outros nomes seriam o José Aníbal, que é um quadro histórico do partido, e também já ouvi falar do Bezerra [Carlos Eduardo Bezerra, deputado estadual], que é um quadro importante. E tem ainda o [vereador Xexéu] Trípoli, mas eu não vi ele se manifestar", disse Faria.
Divisões no PSDB
A falta de concordância entre os membros do PSDB é latente e enfraquece o partido, que muito provavelmente perderá políticos importantes nesse ano eleitoral. De um lado, parte dos filiados quer manter a aliança com o MDB, que em 2020 elegeu Bruno Covas (PSDB) prefeito e Ricardo Nunes (MDB) vice. Nessa conta entra, principalmente, aqueles que possuem cargos no atual governo de Nunes e apostam na reeleição dele.
De outro lado há, no entanto, quem defenda uma candidatura própria, como é o caso do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Há, ainda, quem defenda apoiar candidatos de outros partidos, como é o caso de Orlando Faria, que tenta angariar apoio para Tabata Amaral.
"Se o PSDB tiver candidatura própria, eu vou respeitar e sair do partido. Não vou fazer nenhum enfrentamento quanto a isso", disse ele, que é crítico ao governo de Ricardo Nunes. "Eu discordo realmente de toda a estrutura de governo do Nunes por ele ter desfigurado o plano de metas e o governo do Bruno Covas. Ele tem uma certa pontuação nas pesquisas por causa do volume de dinheiro que a gestão do Bruno construiu ali, e que ele torra de tudo quanto é jeito por motivos eleitorais", criticou.
Quanto ao plano de governo do PSDB para São Paulo, Faria respondeu que não deu tempo de realizá-lo: "Quando eu estava na presidência, nós planejávamos fazer uma rodada de construção de um programa para São Paulo. Na virada do ano, nós íamos começar alguns seminários para discutir e construir um programa. Se tivéssemos candidato, o programa estaria pronto. Se não tivéssemos candidato, iríamos apoiar alguém que fizesse um compromisso com o programa do PSDB. Mas não deu tempo de fazer."
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