“Todas as unidades consumidoras sem luz por causa do vendaval estarão restabelecidas [na quinta-feira pela manhã]”,| Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
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Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta-feira (16), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, garantiu que a Enel vai respeitar o prazo dado por ele no início da semana para restabelecer as ligações de energia elétrica em São Paulo. Na manhã da última segunda-feira (14), Silveira deu três dias que a Enel resolvesse a “parte mais substancial” dos problemas de desabastecimento de energia elétrica da capital paulista.

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“A determinação que eu dei para as distribuidoras em força-tarefa em São Paulo será cumprida dentro do prazo. Será amanhã de manhã”, disse Silveira. “Todas as unidades consumidoras sem luz por causa do vendaval estarão restabelecidas. Só vão ficar aqueles locais inacessíveis por fatos supervenientes que não permitirem o trabalho dos agentes”, completou.

Das 74 mil unidades sem energia, Enel diz que 2,3 mil são em decorrência do apagão

Em nota, a Enel informa que segue no trabalho de religação de cerca de 74 mil clientes da Grande São Paulo que seguem sem energia elétrica. De acordo com a companhia, deste total, cerca de 2,3 mil unidades consumidoras estão fora da rede desde o temporal da noite da sexta-feira passada (11).

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“As equipes atuam, desde os primeiros momentos da tempestade de sexta-feira, no restabelecimento de energia para os clientes que tiveram o serviço afetado e para aqueles que ingressaram com chamados de falta de luz ao longo dos últimos dias”, informa a nota.

O total de unidades consumidoras onde o serviço ainda não foi restabelecido segue fora dos números considerados normais pelo ministro Alexandre Silveira. Na coletiva, ele explicou que dentro das cerca de 8 milhões de unidades consumidoras há uma média diária de 30 mil a 35 mil unidades em processo de desligamento ou religação.

“Isso precisa ser levado em conta porque se depois de amanhã a Enel informar que há, por exemplo, 30 mil unidades consumidoras desligadas, isso está dentro dos parâmetros de normalidade da operação”, completou Silveira.

Para ministro, falta de agentes de rua da Enel atrasou religações de energia

Na coletiva, o ministro cobrou da Aneel a abertura de um processo investigativo contra a Enel. Sem esse passo, explicou, não é possível aplicar as sanções previstas em caso de descumprimento do contrato de concessão – que vão da passagem de controle a outra empresa ou uma intervenção prévia à declaração de caducidade do contrato.

Ele voltou a criticar a demora no tempo de resposta da Enel para religar os imóveis que ficaram sem energia após o temporal. A falha no serviço, avaliou, se deu por conta da excessiva automação dos procedimentos da empresa e a consequente diminuição no quadro de pessoal.

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“O máximo que a gente vai conseguir agora dela [Enel] é colocar equipes de rua como se não tivesse automatizado o sistema. O meu diagnóstico é que a Enel tratou a automação dela como prioridade sem considerara a questão urbanística e demitiu, ou não contratou gente à altura do desafio que é cuidar do setor de distribuição de uma metrópole como São Paulo. Precisa de 2 mil equipes na rua, mas só tem 800, está errado”, completou.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]