Fora da eleição que escolherá o próximo prefeito para a cidade de São Paulo, o deputado federal Ricardo Salles (PL) conversou com a Gazeta do Povo e criticou a relação dos partidos com o centrão. Segundo ele, esse seria o principal motivo para desistir da disputa.
“A lógica do centrão nunca foi a lógica da direita. Existe uma grande diferença entre a direita e a esquerda quando lidam com centrão, infelizmente. A esquerda compra o centrão para o centrão fazer o que a esquerda quer. Por outro lado, a direita se curva ao centrão. Enfim, eu não posso decidir pelos outros”, respondeu Salles.
Ele descartou a possibilidade de sair do PL para disputar o pleito por outra sigla. “Eu só sairia do PL para concorrer em outro partido se eu tivesse o apoio do Jair Bolsonaro (PL). Se o Bolsonaro indicar o vice [do prefeito Ricardo Nunes, do MDB], obviamente eu não vou sair do partido para concorrer contra o candidato do Bolsonaro”.
Salles apontou que os eleitores paulistanos de direita estão frustrados com as possibilidades de candidatos. “É uma grande frustação dos eleitores de direita em São Paulo de se verem sem um candidato de direita na disputa, essa é a verdade. Isso enfraquece a direita. Nos curvarmos a um candidato que nunca nos representou, que é o caso do Ricardo Nunes, é diminuir o peso dos conservadores. Essa decisão não cabe a mim”.
Perguntado se apoiaria alguém na disputa, o parlamentar rechaçou a ideia. “Não vou fazer nada, quando muito vou trabalhar para os vereadores que eu acho que merecem apoio”, afirmou Salles.
Sobre os nomes que vêm sendo ventilados para compor a chapa de Nunes, Salles tem seu preferido. “Se a decisão é não ter candidatura própria e indicar o vice, que seja o coronel Mello Araújo, um cara correto, ele é ótimo. Os outros não têm a menor expressão. Nenhum dos outros agrega absolutamente nada ao Ricardo Nunes. Quem realmente agrega e representa o bolsonarismo é o Mello Araújo”.
Com a desistência de Salles para a prefeitura de São Paulo, o confronto até o momento está polarizado entre o atual prefeito e o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), conforme indicam sondagens de institutos de pesquisa. “É difícil fazer um prognóstico. O Nunes é muito fraco, consequentemente terá muita dificuldade. Esses apoios ajudam muito [Bolsonaro e Tarcísio]; sem eles o Nunes não teria chance nenhuma. Administração ruim, a cidade está um lixo, tem uma série de problemas”, disparou.
O deputado utiliza o exemplo do presidente Lula (PT) para tentar lançar novas candidaturas da direita. “Independente do governador e do prefeito, as pessoas precisam defender aquilo que elas acreditam e assumir o risco eventualmente de perder. O PT, antes de eleger o Lula a presidente pela primeira vez, perdeu eleição inúmeras vezes, nem por isso deixaram de lançar candidato próprio. Existe um ditado na política que diz: 'quem não entra em campo não faz torcida'”.
Questionado sobre os comentários de que o ex-presidente Bolsonaro está refém do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, Ricardo Salles preferiu não responder.
Bolsonaro diz que PL não terá candidato próprio em São Paulo e confirma Ricardo Salles fora da disputa
Durante uma transmissão ao vivo no Youtube realizada no último domingo (28), Bolsonaro comentou sobre a situação da direita na eleição para a prefeitura de São Paulo. “São Paulo, dá para ter um candidato? Não dá. Se der, tudo bem, se não der vamos entrar com o vice. O vice que tem uma boa rota, que tem um bom nome, uma rota boa, e vamos ganhando terreno”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente riu quando falou “rota”, numa possível referência de confirmação do nome do coronel Mello Araújo, ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), batalhão da Polícia Militar (PM) de São Paulo. O coronel foi presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) durante o governo Bolsonaro.
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