Após a morte do estudante Carlos Teixeira, a Escola Estadual Júlio Pardo Couto, localizada na Praia Grande, no litoral paulista, teve mais uma denúncia de violência e bullying nesta segunda-feira (22). Ao site G1, Tatiane Boeno, mãe de um adolescente de 14 anos, afirmou que o filho foi espancado por sete colegas.
O jovem, segundo ela, sofreu tapas e pontapés por duas ocasiões em um mesmo dia, em um dos banheiros da escola e em uma "sala de cinema". De acordo com Tatiane, ataques constantes ocorrem em um banheiro na unidade.
"O sentimento é de revolta e medo", disse Tatiane ao G1. "Esse banheiro é perigosíssimo. Todas as brigas são resolvidas lá, pois não tem câmera. Eles esperam o aluno que querem fazer bullying entrar e, então, atacam em bando. São sempre os mesmos", complementou.
Carlos Teixeira morreu após sofrer bullying
O caso vem à tona após Carlos Teixeira, de 13 anos, que era estudante da mesma escola, morrer após sofrer três paradas cardiorrespiratórias. Na declaração de óbito realizada pelo Instituto Médico Legal (IML), constou como causa da morte uma broncopneumonia bilateral.
O caso foi registrado na Polícia Civil e segue em investigação. Informações preliminares dão conta de que o quadro pode ter sido causado por trauma, como uma fratura ou um esmagamento da vértebra. O atestado de óbito, que apontará se a morte foi causada em decorrência das agressões, leva de um a três meses para ficar pronto.
A morte de Carlos Teixeira ocorreu na última terça-feira (16) na Santa Casa de Santos. O jovem havia sofrido o ataque na unidade escolar no último dia 9. Julisses Fleming, pai do jovem, suspeita que a morte tenha ocorrido em decorrência da agressão, desde quando o jovem apresentava dores ao respirar.
Fleming afirmou que o aluno sofria bullying desde fevereiro e que procurou a escola em todas as agressões, porém nenhuma providência foi tomada. Vídeos que foram divulgados nas redes sociais mostram os alunos pulando sobre as costas de Carlos em um banheiro da unidade e ainda tentando enforcar o jovem em meio a gritos e risadas.
Procurada, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo respondeu em nota que, sobre a morte de Carlos Teixeira, a "equipe do 1º DP de Praia Grande realiza diligências dos fatos para esclarecer o caso, registrado como morte suspeita, com apoio da Diretoria de Ensino de São Vicente". Além disso, afirmou que "lamenta profundamente o falecimento do estudante e abriu uma apuração preliminar interna do caso. Uma equipe do Conviva, incluindo psicólogo, foi colocada à disposição da escola para acolhimento e orientações aos estudantes e comunidade."
Já sobre a denúncia da mãe Tatiane Boeno, a Diretoria de Ensino de São Vicente afirmou "que não foi identificada nenhuma ocorrência de violência envolvendo o aluno mencionado" e que "não houve registro de reclamação por parte de responsáveis pelo estudante no mesmo período." A secretaria de Educação afirmou ainda que "sempre que um caso de violência ou bullying é identificado nas unidades de ensino da rede estadual, a equipe gestora aciona os responsáveis e a rede protetiva que inclui Ronda Escolar e Conselho Tutelar, quando necessário, além do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP)."
- Tarcísio vai esperar eleições municipais para pautar PEC da Educação
- Audiência pública vê Conae refém da esquerda e quer PNE alternativo
- Em levante contra PNE ideológico, educadores e indústria articulam substituto em Brasília
- Novo Ensino Médio paulista foi aprovado por 80% dos professores e alunos, diz secretário
Governo recua e revoga ato da Receita Federal sobre fiscalização do Pix
Caiado e Marçal cobiçam apoio de Gusttavo Lima para eleições em 2026
Israel e Hamas chegam a acordo de cessar-fogo que envolve libertação de reféns
Governo do Tocantins vive crise política deflagrada após investigações da Polícia Civil
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF