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Com investimento de R$ 100 milhões, a produção de insumos agrícolas aumentará de 4 para 14 milhões de litros
Fábrica da Agrobiológica Sustentabilidade, localizada em Itápolis, no interior de São Paulo, entrará em operação nos próximos meses| Foto: Divulgação Agrobiológica

O agronegócio continua sendo o motor propulsor do PIB do país e esta força se reflete nas transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) realizadas de janeiro a abril de 2023. Dados da empresa de consultoria Kroll mostram que de 450 M&As realizadas no período, 17 fizeram parte do setor de agronegócios, uma participação recorde de 3,8% – nos últimos dois anos, esta porcentagem era de em torno de 1,5%. A pesquisa mostra ainda uma outra tendência: entre as fusões e aquisições, há destaque para as empresas brasileiras de fertilizantes e insumos agrícolas.

"Esse segmento, que antes era formado por empresas regionais que tinham um portfólio de produtos mais restrito, está sofrendo uma consolidação muito grande nos últimos três anos", diz Alexandre Pierantoni, head de fusões e aquisições da Kroll.

Se por um lado a dependência brasileira da importação de fertilizantes agrícolas acendeu a luz amarela no início da guerra da Rússia com a Ucrânia e levou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a se encontrar com Vladimir Putin para garantir o fornecimento do produto, por outro essa dependência despertou uma nova oportunidade de negócio, com o surgimento de novos players capazes de concorrer com grandes empresas multinacionais.

"Nas grandes consolidações que estamos vendo, surgem empresas de abordagem nacional com um portfólio de produtos mais completo e distribuições mais amplas que concorrem com grandes distribuidores internacionais", diz Pierantoni. De acordo com ele, grandes empresas químicas como as alemãs Basf e Bayer e a japonesa Mitsui estão reagindo a esse movimento brasileiro.

Surgimento de grandes players

Entre os principais exemplos desse movimento, estão as empresas Agrogalaxy e Lavoro, respectivamente dos fundos de Private Equity da Aqua Capital e do Pátria Investimentos. Em 2021, por exemplo, a Agrogalaxy adquiriu a Agrocat Distribuidora de Insumos Agrícolas por US$ 33,36 milhões e, junto com o fundo Aqua Capital, comprou a Campea Agronegocios por US$ 2,28 milhões.

A estratégia foi acertada a ver pelos resultados da empresa no ano passado, impulsionados também pela alta dos preços dos insumos. Em 2022, a AgroGalaxy atingiu um Ebitda de R$ 705 milhões, alta de 79% em relação ao ano anterior.

A Lavoro, por sua vez, fez 25 operações de aquisição desde o início de suas operações, em 2017, se tornando a maior distribuidora brasileira de insumos agrícolas. De acordo com a empresa, ao longo de 2023 serão feitas outras aquisições, principalmente na área de distribuição. No ano Safra de 2021/2022, finalizado em 3o de junho de 2022, o faturamento foi o maior da sua história, de cerca de R$ 7,7 bilhões.

Exemplo da expansão da empresa na área de insumos é o investimento de R$ 100 milhões até 2025 em uma fábrica da Agrobiológica Sustentabilidade, da Crop Care, uma holding controlada pela Lavoro. Localizada em Itápolis, no interior de São Paulo, a unidade entrará em operação nos próximos meses e pretende ampliar de 4 para 14 milhões de litros a produção de agrobiológicos.

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