O governo de São Paulo divulgou as primeiras três doenças que, no estado, poderão ser tratadas à base de cannabis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes com Síndrome de Dravet, Síndrome de Lennox-Gastaut e esclerose tuberosa poderão receber os medicamentos de forma gratuita pela rede de saúde pública paulista.
Ainda não há uma data definida para que os pacientes possam retirar os medicamentos à base da cannabis nas unidades do SUS. Quando isso acontecer, os pacientes deverão apresentar laudo e prescrição médica, além de provar que não têm condições de realizar a compra por meios próprios.
Para o médico Ronaldo Laranjeira, professor de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e PHD em dependência química pela Universidade de Londres, não há comprovação científica para a liberação da cannabis.
“Esses canabidiois têm pouca evidência científica. A Organização Mundial da Saúde ou qualquer outra organização de saúde séria não indica o canabidiol".
Ronaldo Laranjeira, professor de Psiquiatria da Unifesp e PHD em dependência química pela Universidade de Londres.
O especialista ressalta a exceção do uso. "Exceto para aqueles casos de epilepsia intratável que têm algumas evidências que funcionam, ninguém indica o canabidiol, a não ser associações parasitárias da medicina. A própria Associação Brasileira de Psiquiatria fez um relatório recente em que indica apenas para duas ou três condições raríssimas e nada mais”, afirma o doutor Laranjeira.
Para o médico especialista na área, o que preocupa é a falta de fiscalização no Brasil e a banalização do uso da maconha para fins recreativos. “Já está acontecendo dos derivados da maconha serem desvirtuados para o mercado paralelo. Isso ocorre nos Estados Unidos e também aqui no Brasil. Não há fiscalização necessária. Muitos produtos derivados da maconha, como bala, chocolates e bebidas, são comercializados sem nenhum controle”, aponta.
Laranjeira ainda observa que o Brasil não consegue sequer apreender a maconha que é transportada em toneladas de um lado para o outro do país, quanto mais seus derivados em pequenas quantidades, que podem facilmente serem colocados em um produto comum de uso diário, como uma caneta.
O médico ressalta que há bons exemplos para se espelhar. “Se analisarmos os Estados Unidos, veremos que esse não é o caminho (da liberação). Na contramão disso existe a Suécia, Japão e Singapura que não banalizaram o assunto, nem a legalização do consumo. Este é o caminho para o Brasil: não ceder ao lobby de indústrias farmacêuticas e pessoas que podem se beneficiar disso”, completa Laranjeira.
Doenças que poderão ser tratadas com a cannabis no estado de São Paulo
- Síndrome de Dravet: é uma doença rara que causa epilepsia grave e afeta o neurodesenvolvimento da criança.
- Síndrome de Lennox-Gastaut: causa epilepsia severa entre as crianças e impacta no desenvolvimento mental e físico.
- Esclerose tuberosa: doença degenerativa que pode provocar crises de epilepsia, além de causar tumores que podem afetar diversos órgãos.
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